Valsa com Bashir
Nome original: ואלס עם באשיר
Diretor: Ari Folman
Ano: 2008
País: Israel, França, Alemanha, EUA, Finlandia, Bélgica, Suiça e Austrália.
Elenco: Vozes de Ari Folman, Ronny Dayag, Ron Ben-Yishai, Shmuel Frenkel.
Prêmios: Globo de Ouro de Melhor Filme de Língua Não Inglesa, Bafta de Melhor Animação e outros 24 prêmios por todo o mundo.
A Guerra já foi retratada de todos modos possíveis no Cinema. Já a vimos em ‘Apocalipse Now’, ‘Nascido para Matar’ e pensávamos que não haveria como superá-los. Nesse ano ‘Guerra ao Terror’ surpreendeu ao levar o Oscar. Mas ‘Valsa com Bashir’ é certamente um marco na história do cinema de Guerra, principalmente por sua estética diferenciada e inovadora. Quem imaginaria um documentário em animação? Ari Folman, veterano de guerra, pensou e gerou esse grande filme sobre a Guerra do Líbano de gênero indefinível e indecifrável.
A Guerra no cinema sempre é marcada por líderes e heróis. Aqui não temos esse personagem, pois não há fraternidade, irmandade ou heroísmo numa guerra de verdade. Não há vencedores, só perdedores. Nosso personagem principal é o diretor Ari Folman que após 20 anos, se lembra apenas de flashes daquele Líbano estraçalhado pelas forças Israelenses e pelas milícias falangistas. Ele lembra que lá ele estava e não muito mais. Após recomendação de um amigo vai atrás de outros personagens que lá estavam e que podem reestabelecer a memória de Folman.
A brutalidade, os corpos, os bombardeios e, principalmente, a morte de civís estão cada vez mais de volta à mente do protagonista. A cada encontro e novos depoimentos, as memórias são retomadas e visualisadas através de animações espetaculáres, com escolha de cores e qualidade de fotografia sensacional, dando vida à depoimentos com sombras e tonalidades certas a cada momento. Os traços de David Polonsky não beiram nem perto da perfeição das animações feitas pela Pixar, mas é exatamente isso que dá mais dramaticidade e estilo único ao longa, combinando momentos de depoimentos com as imagens do que as vozes de quem viveu a guerra relata. Isso com apoio perfeito da trilha sonora escolhida a dedo para impressionar ainda mais, de valsa à rap israelense.
Ari fez um caminho tortuoso ao querer relembrar, ou lembrar de algo que queria ter esquecido, dos momentos que viveu em Sabra e Chatila, buscando colegas e pessoas que viveram no mesmo inferno. Talvez querer esquecer tudo que foi visto seria melhor para poder viver sua vida, porém, não contar essa história e de modo tão ousado e inovador, seria um pecado ao mundo e à história do Cinema. Impossível não o remeter à ‘Persépolis’, porém com um ar mais vivo e real, longe dos traços doces de Marjane Satrapi. Cada um com seu mérito, porém ‘Valsa com Bashir’ é para ver e sentir o coração sangrando com tanta crueldade que os seres humanos causam com as Guerras que fazem. As mulheres vistas em 'Caramelo' em 82 deviam só chorar, e nem pensar em ir ao salão de cabelereiro.
Para aumentar a dor só dançando essa a valsa “La Minute” de Chopin com um rifle, aos olhos constantes do defundo Bashir:
Diretor: Ari Folman
Ano: 2008
País: Israel, França, Alemanha, EUA, Finlandia, Bélgica, Suiça e Austrália.
Elenco: Vozes de Ari Folman, Ronny Dayag, Ron Ben-Yishai, Shmuel Frenkel.
Prêmios: Globo de Ouro de Melhor Filme de Língua Não Inglesa, Bafta de Melhor Animação e outros 24 prêmios por todo o mundo.
A Guerra já foi retratada de todos modos possíveis no Cinema. Já a vimos em ‘Apocalipse Now’, ‘Nascido para Matar’ e pensávamos que não haveria como superá-los. Nesse ano ‘Guerra ao Terror’ surpreendeu ao levar o Oscar. Mas ‘Valsa com Bashir’ é certamente um marco na história do cinema de Guerra, principalmente por sua estética diferenciada e inovadora. Quem imaginaria um documentário em animação? Ari Folman, veterano de guerra, pensou e gerou esse grande filme sobre a Guerra do Líbano de gênero indefinível e indecifrável.
A Guerra no cinema sempre é marcada por líderes e heróis. Aqui não temos esse personagem, pois não há fraternidade, irmandade ou heroísmo numa guerra de verdade. Não há vencedores, só perdedores. Nosso personagem principal é o diretor Ari Folman que após 20 anos, se lembra apenas de flashes daquele Líbano estraçalhado pelas forças Israelenses e pelas milícias falangistas. Ele lembra que lá ele estava e não muito mais. Após recomendação de um amigo vai atrás de outros personagens que lá estavam e que podem reestabelecer a memória de Folman.
A brutalidade, os corpos, os bombardeios e, principalmente, a morte de civís estão cada vez mais de volta à mente do protagonista. A cada encontro e novos depoimentos, as memórias são retomadas e visualisadas através de animações espetaculáres, com escolha de cores e qualidade de fotografia sensacional, dando vida à depoimentos com sombras e tonalidades certas a cada momento. Os traços de David Polonsky não beiram nem perto da perfeição das animações feitas pela Pixar, mas é exatamente isso que dá mais dramaticidade e estilo único ao longa, combinando momentos de depoimentos com as imagens do que as vozes de quem viveu a guerra relata. Isso com apoio perfeito da trilha sonora escolhida a dedo para impressionar ainda mais, de valsa à rap israelense.
Ari fez um caminho tortuoso ao querer relembrar, ou lembrar de algo que queria ter esquecido, dos momentos que viveu em Sabra e Chatila, buscando colegas e pessoas que viveram no mesmo inferno. Talvez querer esquecer tudo que foi visto seria melhor para poder viver sua vida, porém, não contar essa história e de modo tão ousado e inovador, seria um pecado ao mundo e à história do Cinema. Impossível não o remeter à ‘Persépolis’, porém com um ar mais vivo e real, longe dos traços doces de Marjane Satrapi. Cada um com seu mérito, porém ‘Valsa com Bashir’ é para ver e sentir o coração sangrando com tanta crueldade que os seres humanos causam com as Guerras que fazem. As mulheres vistas em 'Caramelo' em 82 deviam só chorar, e nem pensar em ir ao salão de cabelereiro.
Para aumentar a dor só dançando essa a valsa “La Minute” de Chopin com um rifle, aos olhos constantes do defundo Bashir:
Vitor Stefano
Sessões
Uma das melhores animações que já vi. O que fascina são os detalhes: as expressões faciais, a visão da chuva caindo através da janela de vidro, o barulho das patas dos cães nas poças d'água, etc. E a rude história de Sabra e Shatila que não deve ser esquecida. Recomendo e muito.
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