Sessões Entrevista Carol Hubner
Carol Hubner |
Sessões: Atores podem se especializar em cinema, teatro, televisão ou não existe isso. O ator joga em todas?
Carol Hubner: Sim, acredito que existem diferenças em atuar em cada um deste meio. Mas o "be a ba" do ator é o mesmo, o que muda é a prática e o tempo investido em cada pré produção de cada meio. Ex: no teatro o ator ensaia a mesma cena no mínimo trinta vezes antes de estreiar, na televisão ensaia a cena uma no máx três antes de gravar, e no cinema ensaia-se de um até cinco, dez dias antes de gravar uma cena e se foca na preparação da personagem principalmente o tópico circunstâncias, na maior parte das vezes um preparador está ao lado do ator fazendo-o relembrar do "be a ba" , então o ator junto com o preparador e o diretor, preparam a cena em ensaios e estes não se resumem obrigatoriamente em repetição de diálogos.
S: Quais as particularidades dessa vez estar por trás da tela. Como foram os bastidores do curta 'Luz'?
CH: Gosto de produzir e não me pressiono para atingir os objetivos como quando estou atuando. Consigo ouvir as críticas e as vejo como sugestões o que transforma o trabalho árduo de produção muito tranquilo para mim.Eu e a Bruna por sermos focamos a produção do 'Luz' no bem estar dos atores e nas sugestões artísticas dos atores através de suas personagens.
S: Qual foi a sensação de ver 'Luz' na telona?
CH: Missão cumprida. E a satisfação de ver as pessoas de equipe felizes com o resultado. Saí do coquetel com um desejo quase incontrolável: fazer outro filme
S: Como surgiu a idéia da apresentação do filme junto à Sphaera Orchestra, relembrando os tempos de cinema mudo?
CH: Foi meio inconsiente, no dia que conheci o Alexey (maestro da Sphaera), ele ainda nem tinha nos apresentado a trilha, já sabíamos que o coquetel seria no Teatro Bibi Ferreira e acho que foi um encontro, filme PB, projeção em um teatro histórico/tradicional. E a decisão foi baseada na possibilidade de receber um maior número de interessados em participar desta diferente experiência.
S: Porque optar por cinema independente? Aliás, qual sua opinião sobre essas leis de incentivo governamentais à 7ª arte.
CH: Li outro dia uma declaração do Hector Babenco dizendo que estava cansado de passar o chápeu. Para falar a verdade, é tanta burocracia que eu não sei nem por onde começar. Acredito que uma porcentagem mínima da verba destinada ao marketing de uma empresa pode fazer uma enorme diferença para o cinema, principalmente no cinema digital por se prático e barato.
S: Por ser um curta independente, como você vê a importância da internet na divulgação e na exibição?
CH: A internet está sendo o maior meio de divulgação do nosso filme. em relação a exibição ainda estamos priorizando em festivais e acreditamos na possibilidade de algum canal fechado antes de colocarmos em rede. Mas com certeza a internet é uma ferramenta fundamental para filmes independentes, principalmente curtas, acho que o aumento da quanrtidade de produções de curtas independentes existe também devido a possibilidade de exibição em diversos "canais" na net.
Aillen (Charlize Theron) |
S: Qual personagem do cinema que você gostaria de ter feito e não fez?
CH: Aillen de Monster- Desejo Assassino interpretado memoravelmente por Charlize Theron. Me interesso por personagens distantes do meu dia-dia, uma história tão complexa que é capaz de te transformar piscicologica e fisicamente. Este é o meu objetivo como atriz encontrar personagens que me transformem.
S: Como foi a experiência com Fernando Meirelles em ‘Ensaio Sobre a Cegueira’?
CH: Muito importante para minha carreira,sou uma atriz brasileira não muito conhecida e tive a oportunidade de estar em um set compartilhando a arte ao lado de Julianne Moore, Mark Rufallo, Fernando Meirelles e Charlone. Tive a oportunidade também de agradecer e parabenizar o Meirelles por ele ter levado muitos profissionais brasileiros em suas produções . Aprendi muito, dois testes, Três dias de preparação , um de ensaio e outro de gravação.Inesquecível. Estou cavando mais uma experiência como esta.
S: Qual diretores você admira e gostaria de trabalhar junto?
CH: Tenho muita admiração pelo Meirelles , ele faz o que o toca, e já tem uma personalidade bem definida, é brasileiro... com certeza vejo nele uma maior possibilidade, quem sabe um dia. Agora um outro que me fascina é o Quentin Tarantino, autêntico, amo os filmes dele, até atuei uma em refilmagem de um trechinho de Kill Bill 1 interpretando a Beatrix Kiddo, para uns alunos do audio-visual da ECA-USP. A característica que se destaca em todas as pessoas que admiro e gosto de conviver é a autenticidade. Veja essa ótima participação na refilmagem universitária de Kill Bill:
Equipe do Sessões
A oportunidade de entrevistar a Carol Hubner foi diretamente ligada ao convite do Fernando Meligeni à pré-estréia do curta 'Luz'.
ResponderExcluirE a entrevista é muito interessante pois vemos os percausos e a dificuldade da profissão ligada às artes cênicas e audiovisual. Tudo na tela parece um mar de rosas, mas só quem está lá sabe o que é lutar para conseguiu seu lugar ao sol.
Carol certamente conseguirá.
Muito obrigado pela oportunidade e estamos à disposição!
Vitor Stefano
Sessões
A dosagem é das mais altas.
ResponderExcluirTrabalho não rima com paixão,
Mas trabalho sem paixão pode dar em depressão.
Leandro Antonio
Sessões