Sessões Entrevista Carol Hubner

Carol Hubner
Glamour, champagne, paparazzi, dinheiro, glórias. Estes são alguns clichês na vida de um ator ou atriz que atua em cinema. Quando se trata de uma grande estrela, vá lá, mas a realidade da maioria dos artistas é outra. Para desmitificar um pouco esta imagem, o Sessões entrevistou Carol Hubner, atriz que já acumula experiências relevantes na televisão e no cinema, venceu um reality show, participou da novela Esmeralda, do SBT, estrelou o curta-metragem universitário ‘O Profissional’, teve uma breve participação no longa ‘Ensaio Sobre a Cegueira’, de Fernando Meirelles, atuou em algumas peças de teatro e produziu o curta-metragem 'Luz', dirigido por Bruna Capozzoli, já comentado aqui no blog. Além disso, é esposa de Fernando Meligeni, ex-tenista e figura carimbada no meio esportivo. Nas linhas a seguir ela revela os prazeres e as dificuldades da profissão, além de contar um pouco sobre sua vida pessoal.

Sessões: Atores podem se especializar em cinema, teatro, televisão ou não existe isso. O ator joga em todas?
Carol Hubner: Sim, acredito que existem diferenças em atuar em cada um deste meio. Mas o "be a ba" do ator é o mesmo, o que muda é a prática e o tempo investido em cada pré produção de cada meio. Ex: no teatro o ator ensaia a mesma cena no mínimo trinta vezes antes de estreiar, na televisão ensaia a cena uma no máx três antes de gravar, e no cinema ensaia-se de um até cinco, dez dias antes de gravar uma cena e se foca na preparação da personagem principalmente o tópico circunstâncias, na maior parte das vezes um preparador está ao lado do ator fazendo-o relembrar do "be a ba" , então o ator junto com o preparador e o diretor, preparam a cena em ensaios e estes não se resumem obrigatoriamente em repetição de diálogos.

S: Quais as particularidades dessa vez estar por trás da tela. Como foram os bastidores do curta 'Luz'?
CH: Gosto de produzir e não me pressiono para atingir os objetivos como quando estou atuando. Consigo ouvir as críticas e as vejo como sugestões o que transforma o trabalho árduo de produção muito tranquilo para mim.Eu e a Bruna por sermos focamos a produção do 'Luz' no bem estar dos atores e nas sugestões artísticas dos atores através de suas personagens.


S: Qual foi a sensação de ver 'Luz' na telona?
CH: Missão cumprida. E a satisfação de ver as pessoas de equipe felizes com o resultado. Saí do coquetel com um desejo quase incontrolável: fazer outro filme

S: Como surgiu a idéia da apresentação do filme junto à Sphaera Orchestra, relembrando os tempos de cinema mudo?
CH: Foi meio inconsiente, no dia que conheci o Alexey (maestro da Sphaera), ele ainda nem tinha nos apresentado a trilha, já sabíamos que o coquetel seria no Teatro Bibi Ferreira e acho que foi um encontro, filme PB, projeção em um teatro histórico/tradicional. E a decisão foi baseada na possibilidade de receber um maior número de interessados em participar desta diferente experiência.

S: Porque optar por cinema independente? Aliás, qual sua opinião sobre essas leis de incentivo governamentais à 7ª arte.
CH: Li outro dia uma declaração do Hector Babenco dizendo que estava cansado de passar o chápeu. Para falar a verdade, é tanta burocracia que eu não sei nem por onde começar. Acredito que uma porcentagem mínima da verba destinada ao marketing de uma empresa pode fazer uma enorme diferença para o cinema, principalmente no cinema digital por se prático e barato.

S: Por ser um curta independente, como você vê a importância da internet na divulgação e na exibição?
CH: A internet está sendo o maior meio de divulgação do nosso filme. em relação a exibição ainda estamos priorizando em festivais e acreditamos na possibilidade de algum canal fechado antes de colocarmos em rede. Mas com certeza a internet é uma ferramenta fundamental para filmes independentes, principalmente curtas, acho que o aumento da quanrtidade de produções de curtas independentes existe também devido a possibilidade de exibição em diversos "canais" na net.
Aillen (Charlize Theron)

S: Qual personagem do cinema que você gostaria de ter feito e não fez?
CH: Aillen de Monster- Desejo Assassino interpretado memoravelmente por Charlize Theron. Me interesso por personagens distantes do meu dia-dia, uma história tão complexa que é capaz de te transformar piscicologica e fisicamente. Este é o meu objetivo como atriz encontrar personagens que me transformem.

S: Como foi a experiência com Fernando Meirelles em ‘Ensaio Sobre a Cegueira’?
CH: Muito importante para minha carreira,sou uma atriz brasileira não muito conhecida e tive a oportunidade de estar em um set compartilhando a arte ao lado de Julianne Moore, Mark Rufallo, Fernando Meirelles e Charlone. Tive a oportunidade também de agradecer e parabenizar o Meirelles por ele ter levado muitos profissionais brasileiros em suas produções . Aprendi muito, dois testes, Três dias de preparação , um de ensaio e outro de gravação.Inesquecível. Estou cavando mais uma experiência como esta.

S: Qual diretores você admira e gostaria de trabalhar junto?
CH: Tenho muita admiração pelo Meirelles , ele faz o que o toca, e já tem uma personalidade bem definida, é brasileiro... com certeza vejo nele uma maior possibilidade, quem sabe um dia. Agora um outro que me fascina é o Quentin Tarantino, autêntico, amo os filmes dele, até atuei uma em refilmagem de um trechinho de Kill Bill 1 interpretando a Beatrix Kiddo, para uns alunos do audio-visual da ECA-USP. A característica que se destaca em todas as pessoas que admiro e gosto de conviver é a autenticidade. Veja essa ótima participação na refilmagem universitária de Kill Bill:


Equipe do Sessões

Comentários

  1. A oportunidade de entrevistar a Carol Hubner foi diretamente ligada ao convite do Fernando Meligeni à pré-estréia do curta 'Luz'.
    E a entrevista é muito interessante pois vemos os percausos e a dificuldade da profissão ligada às artes cênicas e audiovisual. Tudo na tela parece um mar de rosas, mas só quem está lá sabe o que é lutar para conseguiu seu lugar ao sol.

    Carol certamente conseguirá.

    Muito obrigado pela oportunidade e estamos à disposição!

    Vitor Stefano
    Sessões

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  2. A dosagem é das mais altas.
    Trabalho não rima com paixão,
    Mas trabalho sem paixão pode dar em depressão.

    Leandro Antonio
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