Ilha das Flores
ome Original: Ilha das Flores
Diretor: Jorge Furtado
Ano: 1989
País: Brasil
Elenco: Júlia Barth, Paulo José e Ciça Reckziegel.
Prêmios: Urso de Prata no Festival de Berlim, Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand, Melhor Curta, Edição, Roteiro e Prêmio da Crítica no Festival de Gramado e Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo.
Ilha das Flores é mais do que um curta-metragem, mais que um documentário. É um tiro no coração dos que ainda pensam que o ser humano tem salvação. Jorge Furtado fez uma obra irretocável e a cada vez que a vemos é mais moderna e real. Um sucesso da cinematografia brasileira, usado em salas de aulas e visto por milhões de pessoas, mas de que adiantou ver o sofrimento de semelhantes enquanto continuamos a dar diamantes aos porcos e sobras aos pobres. O consumo desenfredo vai aniquilar toda a esperança de vivermos até o dia de amanhã. Veja novamente e enoje-se de ser quem é:
O que dizer? Tudo já foi dito:
“Os homens são porcos que se alimentam de ouro.” Até Napoleão Bonaparte sabe que na Ilha das Flores os porcos se alimentam do ouro que os humanos não quiseram. E o resto dos seres humanos, comem o que os porcos deixaram para trás. Porcos são petróleo, humanos são piche. Restos são restos.
“O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele.”
Nietzsche, macacos são reis na Ilha das Flores. Essa evolução é inversa ao que pensamos ser na verdade.
“Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?” Pois é Guimarães, cadê a Rosa de seu nome na Ilha? As flores já não brotam pois os homens não sorriem e a ternura é um sentimento inexistente, morto, aniquilado.
“Não preciso me drogar para ser um gênio; Não preciso ser um gênio para ser humano; Mas preciso do seu sorriso para ser feliz.” Chaplin, sorrisos não podem existir num mundo tão desumano. Felicidade é algo que realmente não habita a Ilha.
“E o que o ser humano mais aspira é tornar-se ser humano”. Na Ilha das Flores, o ser humano só quer ser um ser com encéfalo desenvolvido, polegares opositores e ser mais que um animal, Clarice Lispector.
“O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem. Uma corda por cima do abismo.” No abismo é que vivemos. E o fim do abismo chama-se, Ilha das Flores. Salve-se quem puder. Havemos de comer as sobras que os porcos amassaram. Deus, tende piedade de nós. Mas, segundo Jorge, Deus não existe. Então, resta-nos morrer pois há uma imensidão de Ilhas das Flores por todo o mundo.
Panis et Circenses. Não temos na Ilha das Flores, nem pão nem circo... Mas as pessoas na sala de jantar...
Vitor Stefano
Sessões
Diretor: Jorge Furtado
Ano: 1989
País: Brasil
Elenco: Júlia Barth, Paulo José e Ciça Reckziegel.
Prêmios: Urso de Prata no Festival de Berlim, Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand, Melhor Curta, Edição, Roteiro e Prêmio da Crítica no Festival de Gramado e Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo.
Ilha das Flores é mais do que um curta-metragem, mais que um documentário. É um tiro no coração dos que ainda pensam que o ser humano tem salvação. Jorge Furtado fez uma obra irretocável e a cada vez que a vemos é mais moderna e real. Um sucesso da cinematografia brasileira, usado em salas de aulas e visto por milhões de pessoas, mas de que adiantou ver o sofrimento de semelhantes enquanto continuamos a dar diamantes aos porcos e sobras aos pobres. O consumo desenfredo vai aniquilar toda a esperança de vivermos até o dia de amanhã. Veja novamente e enoje-se de ser quem é:
O que dizer? Tudo já foi dito:
“Os homens são porcos que se alimentam de ouro.” Até Napoleão Bonaparte sabe que na Ilha das Flores os porcos se alimentam do ouro que os humanos não quiseram. E o resto dos seres humanos, comem o que os porcos deixaram para trás. Porcos são petróleo, humanos são piche. Restos são restos.
“O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele.”
Nietzsche, macacos são reis na Ilha das Flores. Essa evolução é inversa ao que pensamos ser na verdade.
“Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?” Pois é Guimarães, cadê a Rosa de seu nome na Ilha? As flores já não brotam pois os homens não sorriem e a ternura é um sentimento inexistente, morto, aniquilado.
“Não preciso me drogar para ser um gênio; Não preciso ser um gênio para ser humano; Mas preciso do seu sorriso para ser feliz.” Chaplin, sorrisos não podem existir num mundo tão desumano. Felicidade é algo que realmente não habita a Ilha.
“E o que o ser humano mais aspira é tornar-se ser humano”. Na Ilha das Flores, o ser humano só quer ser um ser com encéfalo desenvolvido, polegares opositores e ser mais que um animal, Clarice Lispector.
“O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem. Uma corda por cima do abismo.” No abismo é que vivemos. E o fim do abismo chama-se, Ilha das Flores. Salve-se quem puder. Havemos de comer as sobras que os porcos amassaram. Deus, tende piedade de nós. Mas, segundo Jorge, Deus não existe. Então, resta-nos morrer pois há uma imensidão de Ilhas das Flores por todo o mundo.
Vitor Stefano
Sessões
Eu tenho um encéfalo desenvolvido, polegar opositor e sou um porco. Tenho vantagens porque tenho um dono. O resto deixo aos humanos... livres!!!!
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