Carrie, A Estranha

 


 imagem clássica de Carrie besuntada em vermelho sangue sempre me afastou da ansiedade em vê-lo. A constituição em mente de um filme extremamente gore gerou sempre repulsa. Que bom que isso se quebrou.

Carrie já era a estranha desde sempre. A sua prisão religiosa a partir da crença fervorosa de sua mãe lhe gerava o distanciamento da juventude dos demais colegas de escola. Essa menina presa dentro de medos, castrada do desejo de apenas ser ela mesma lhe causava o afastamento. A esquisitice. A estranheza. 

E Brian de Palma constrói um idílico mundo fantástico de uma escola padrão onde vemos logo na primeira cena onde Carrie menstrua e é ridicularizada por todas outras meninas que, sob o olhar da câmera atenta, já são todas mulheres feitas, sedutoras, “prontas”. Carrie não. Carrie é virginal. 

E aos poucos o bullying se transforma numa boa defensiva da professora (uma querida) que tenta a todo custo demonstrar que ela é uma menina com sentimentos. Mas é em casa que as coisas são mais sinistras. Violência constante, julgamentos sumários, um Jesus voyeur lhe causa medo. Mas Carrie tem seus artifícios. A telecinese surge como artifício fantástico dessa força incontrolável de dentro. Da fuga dessas amarras que lhe prendem. Que lhe dominam. Carrie usa pra defesa de ser ridicularizada a todo momento. De rirem dela. Até que o grande baile chega.

E é apoteótico. Impecável. Deslumbrante. Toda construção, trilha sonora, câmera desvelando os segredos, os olhares, as atuações. O fogo! É absurdo. É fabuloso. Carrie é Deus e Diabo. É fogo e água. É luz e sombra. É maravilhosa. Grande suspense, grande terror, grande personagem. Filmaço!

#carrie #briandepalma 

Comentários

Postagens mais visitadas