Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
Nome Original: Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
Diretor: José Padilha
Ano: 2010
País: Brasil
Elenco: Wagner Moura, Milhem Cortaz, Seu Jorge, Irandhir Santos, André Ramiro, André Mattos, Maria Ribeiro e Pedro Van Held.
Prêmios: Melhor Filme, Ator (Moura), Fotografia, Diretor, Edição, Roteiro Original, Ator Coadjuvante (Andre Mattos) no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Melhor Diretor, Edição e Prêmio Especial do Juri no Festival de Havana.
Quando escrevi o texto de Tropa de Elite não tinha a menor idéia do que seria da sequência, mas parece que adivinhei. Quem não leu, vale a pena ler e depois voltar aqui. Desde lá só continuo com uma certeza: pena que a vida não imita a arte.
O Capitão Nascimento cresceu, apareceu e amadureceu. Largou a farda preta do Bope e, agora de terno, vai para a Secretaria de Segurança do Rio. Não o vemos mais brilhando onipresente e venerando a sua própria intolerância. Agora temos um “inimigo” ao nível do Capitão - não bélico mas sim ideológico, cada um em seu extremo. Os direitos humanos, sempre contestados, estão representados na figura de Fraga. Além disso, ele é marido de sua ex-mulher. Fraga entra para a política, é a mudança, a esperança, a novidade: uma maçã boa no meio de tantas podres.
O relacionamento de Nascimento com o filho é praticamente nulo e ao longo do filme é estreitada em poucos momentos. Fraga faz o papel de pai do menino e isso acirra ainda mais os ânimos entre os dois. Porém sabemos que os extremos se atraem, e aqui não é diferente. Nos morros as mortes continuam, os ataques aos traficantes. Aos poucos vamos percebendo aos poucos que os traficantes são apenas a ponta do iceberg. Milícias, polícia militar, prefeitura, governo, União estão representados pelos rostos cobertos e com os pés descalços dos traficantes. Fazia tempo que um filme sobre política não aparecia em nosso cinema. Ainda bem reapareceu.
Perdemos os bordões e o frescor de novidade do primeiro, mas Padilha faz um filme mais inteligente, menos intolerante, com atuações memoráveis de Irandhir Santos e Milher Cortaz, sem falar de Wagner Moura e um roteiro corretamente costurado. ‘Tropa 2’ é mais do que uma simples ficção. É uma ficção científica que extraí desejos e buscas do cérebro do público e revertendo isso em imagens no cinematógrafo. Padilha tem todos os méritos por ter encontrado o formato que arrebanhe público e crítica, fazendo um filme que vai contra o primeiro, com os mesmos personagens, problmas novos, novas ideologias. Como todo ser humano, o filme soube mudar o foco, sem perder o instinto do primeiro.
Logo no início tive duas sensações. “Estou vendo Carandiru 2”. Depois, estou vendo Hitler sob o olhar de Leni Riefenstahl. Ainda bem as sensações passaram com o decorrer do tempo. Com algumas qualidades de Babenco e Leni, Padilha impacta ainda mais do que no primeiro, provando que o Sistema é Foda. Tropa 2 é Foda. Que venha o 3, definitivo e mostrando que Capitão Nascimento morrerá sem conseguir corrigir tudo que está errado, mas que vai deixar milhões de seguidores e fãs, algo nunca antes visto na história desse país.
Vitor Stefano
Sessões
Diretor: José Padilha
Ano: 2010
País: Brasil
Elenco: Wagner Moura, Milhem Cortaz, Seu Jorge, Irandhir Santos, André Ramiro, André Mattos, Maria Ribeiro e Pedro Van Held.
Prêmios: Melhor Filme, Ator (Moura), Fotografia, Diretor, Edição, Roteiro Original, Ator Coadjuvante (Andre Mattos) no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Melhor Diretor, Edição e Prêmio Especial do Juri no Festival de Havana.
Quando escrevi o texto de Tropa de Elite não tinha a menor idéia do que seria da sequência, mas parece que adivinhei. Quem não leu, vale a pena ler e depois voltar aqui. Desde lá só continuo com uma certeza: pena que a vida não imita a arte.
O Capitão Nascimento cresceu, apareceu e amadureceu. Largou a farda preta do Bope e, agora de terno, vai para a Secretaria de Segurança do Rio. Não o vemos mais brilhando onipresente e venerando a sua própria intolerância. Agora temos um “inimigo” ao nível do Capitão - não bélico mas sim ideológico, cada um em seu extremo. Os direitos humanos, sempre contestados, estão representados na figura de Fraga. Além disso, ele é marido de sua ex-mulher. Fraga entra para a política, é a mudança, a esperança, a novidade: uma maçã boa no meio de tantas podres.
O relacionamento de Nascimento com o filho é praticamente nulo e ao longo do filme é estreitada em poucos momentos. Fraga faz o papel de pai do menino e isso acirra ainda mais os ânimos entre os dois. Porém sabemos que os extremos se atraem, e aqui não é diferente. Nos morros as mortes continuam, os ataques aos traficantes. Aos poucos vamos percebendo aos poucos que os traficantes são apenas a ponta do iceberg. Milícias, polícia militar, prefeitura, governo, União estão representados pelos rostos cobertos e com os pés descalços dos traficantes. Fazia tempo que um filme sobre política não aparecia em nosso cinema. Ainda bem reapareceu.
Perdemos os bordões e o frescor de novidade do primeiro, mas Padilha faz um filme mais inteligente, menos intolerante, com atuações memoráveis de Irandhir Santos e Milher Cortaz, sem falar de Wagner Moura e um roteiro corretamente costurado. ‘Tropa 2’ é mais do que uma simples ficção. É uma ficção científica que extraí desejos e buscas do cérebro do público e revertendo isso em imagens no cinematógrafo. Padilha tem todos os méritos por ter encontrado o formato que arrebanhe público e crítica, fazendo um filme que vai contra o primeiro, com os mesmos personagens, problmas novos, novas ideologias. Como todo ser humano, o filme soube mudar o foco, sem perder o instinto do primeiro.
Logo no início tive duas sensações. “Estou vendo Carandiru 2”. Depois, estou vendo Hitler sob o olhar de Leni Riefenstahl. Ainda bem as sensações passaram com o decorrer do tempo. Com algumas qualidades de Babenco e Leni, Padilha impacta ainda mais do que no primeiro, provando que o Sistema é Foda. Tropa 2 é Foda. Que venha o 3, definitivo e mostrando que Capitão Nascimento morrerá sem conseguir corrigir tudo que está errado, mas que vai deixar milhões de seguidores e fãs, algo nunca antes visto na história desse país.
Vitor Stefano
Sessões
Vítor,
ResponderExcluirSó não concordo quando você diz que o Wagner Moura está bem... A mim parece que ele fez o filme com preguiça, má vontade transformou o personagem de depressivo em autista. Errou o sotaque diversas vezes, soltando um acento baiano e, quando lembrava, forçando o carioquês...
Em compensação o resto do elenco está perfeito, especialmente o André Mattos.
Tropa 2 é melhor que o primeiro, é um filme muito mais corajoso e bem acabado.
Agora, espero que o Padilha não se renda aos milhões e não entre nessa de fazer o Tropa 3 em 3D, como os investidores querem.
Parabéns pelo post!
Abs!!!
Eu amei Tropa 2, acho que o filme se encaixa tanto como puro entretenimento como filme para reflexão. É bem difícil isso acontecer, e Tropa de Elite 2 consegue isso muito bem.
ResponderExcluirMas agora Tropa de Elite 3 - 3D? Coisa mais bizarra rsrs
Acho que se for para ter mais um filme, seria mais interessante fazer um prelúdio do 1, contando como o Nascimento chegou no Bope. Mas mesmo assim, esses investidores aí deviam apoiar um filme com um roteiro novo, certeza que não faltam talentos no cinema nacional.
Gosto de críticas com menos detalhes...
ResponderExcluirMesmo assim, boa crítica.