Um Quarto em Roma

Nome Original: Habitación en Roma
Diretor: Julio Medem
Ano: 2010
País: Espanha
Elenco: Elena Anaya, Natasha Yarovenko,Enrico Lo Verso e Najwa Nimri
Sem prêmios
Habitación en Roma (2010) on IMDb


Ao chegar ontem no Cine Unibanco da Augusta a fim de passar um tempinho e ver um filme que estivesse por começar, deparei-me com um belo cartaz de um filme que havia iniciado não havia cinco minutos. Entrei, ainda estavam passando os traillers, etc, etc, bla, ble, bli, blo, blu...

PARTE I – O interesse


Pois bem, o cartaz do filme é belississímo! Ilustra uma atmosfera de erotismo refinado com belas mulheres nuas em uma Itália que ainda transpira o Renascimento. Duas deusas em uma pintura de gênio. No cartaz também, chama a atenção dois nomes conhecidos e cultuados por cinéfilos Julio Medem ("Lucia e o Sexo") e Elena Anaya ("Lucia e o Sexo" e "Fale com Ela"). Nossa! Imperdível! Um delírio sensorial e uma ode a beleza!

PARTE II – Cai a ficha

Começa o filme. Duas mulheres. Uma, a espanhola Alba (Elena Anaya) é o estereótipo ocidental de como se veste e se comporta uma lésbica. Não, não é preconceito de minha parte, mas camisa xadrez, cabelinho Jonas Brothers e molejo de malandro no caminhar... Faz favor! O personagem quer um rótulo, sim!!! Pois bem, a outra, a russa Natasha ou Dasha ou Sasha (Natasha Yarovenko) personagem estonteantemente linda, alta e feminina, vestidinho bordado e romântico. Uma Grazi Massafera melhorada. Aliás, a semelhança das duas é impressionante.

Alba e Natasha ou Dasha ou Sasha conversando muito a vontade, bastante risonhas e com algum álcool no sangue denunciam o flerte que se tornará o enredo central do filme. E papinho, papinho vem, Alba lança sua cantada barata e de homem apressado, por que não dizer: “No seu hotel ou no meu?” A Grazi-Massafera-Melhorada faz-se de recatada e inexperiente no que tange as delícias do amor entre mulheres, mas... aceita. Hã, sei! Em uma das tomadas mais lindas do filme a câmera plana sobre as duas e conduz o expectador a sacada do que será o principal e quase único cenário da trama – O quarto.

Parte III – É isto mesmo ou vai acontecer alguma coisa depois?

No ninho inicia-se um velho ritual da moça virgem e amedrontada que nunca provou do seu próprio gosto, mas que está doida, doidinha para fazer gol contra. Boas músicas são tocadas e biquinhos bonitinhos são direcionados aos câmeras, que deviam estar delirando com o chic- porn-movie. Ao vivo, realmente deve ter sido melhor, pois até o mais hétero dos machos-machões deve ter se cansado de tanta nudez. Lembrando, que todo o filme se passa numa pernoite de um quarto em Roma. Capiche! Vamos em frente!

ParteIV – Finalmente alguma coisa depois aconteceu

Ai! Nunca senti algo assim antes! Será que estou amando? Sim, amo e sinto algo que nunca senti na vida. Nunca foi tão forte, o cupido me flechou!*
*Esclarecimento: Há muitas pinturas de cupidos gordinhos nas paredes do quarto, uma das personagens sempre olha para os cupidos e num delírio novelesco sente que eles estão apontando as flechas para ela ao som da música que seu coração apaixonado a fazia ouvir. Doçura!

Parte V – Como poderei viver... Como poderei viver... sem a sua, sem a sua, sem a sua companhia?

Amo, mas não posso viver o grande amor da minha vida. Por que existir é tão injusto? Oh! Não!

Parte VI – É preciso saber viver!

1.Não compre um livro pela capa nem porque se ouve muito falar do autor.

2.Uma boa trilha sonora utilizada de forma equivocada é o mesmo que uma má trilha sonora utilizada de forma equivocada.

3.Não ame a primeira vista. A vida é injusta e você pode não conseguir abandonar tudo para viver este amor.

4.Grandes atrizes mal dirigidas podem ter a mesma expressividade de uma alcachofra. Pobre Elena Anaya.

5.Grandes atrizes mal acompanhadas podem ter a mesma expressividade de uma alcachofra. Pobre Elena Anaya, arrumaram uma mulher linda para ela pegar, mas poderiam ter chamado uma atriz, não?

6.Te amo, espanhola! Te ãããããmu!


Parte VII – Recomendações

Para quem gosta ou deseja ver filmes com a temática do lesbianismo e preferem não ser enganados, sugiro a sutileza e foco de Persona (Ingmar Bergman). Sugiro também que cliquem no link e curtam no blog “Listas de 10” a seleção e os comentários das leitoras e leitores.

Leandro Antonio
Sessões

Comentários

  1. Em primeiro lugar:
    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!

    OK, agora posso comentar... como assinante da Bravo, ganhei um par de ingressos pro filme, mas não consegui arrumar tempo ainda para ver... junto com os ingressos, chegou também um poster GIGANTE do filme, dupla face ainda... um lado com o cartaz acima e do outro, as duas nuas na banheira (dãaaa.. vestidas é que não seria)... Confesso que estou com medo de ver o filme, e a crítica que acabei de ler aqui acentuou esse medo... se eu me aventurar a assistir, volto e comento novamente...

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  2. Ana,
    Par de ingressos não é todo dia que se ganha! Sugiro que vá e pense, mas pense bem em quem você vai levar.
    Muito obrigado pelo comentário.
    Abraço,

    Leandro

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  3. Leandro, primeiramente parabéns pelo texto! Acredito que é o mais irônico de toda a história do Sessões.

    Sobre o filme não posso opinar mas, como você mesmo disse, a nudez em excesso chega a cansar o mais hetero dos seres humanos...
    Parabéns! Ótimo texto!!!

    Vitor Stefano
    Sessões

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  4. Acabei de ver que o filme saiu de cartaz... vou ficar devendo o meu comentário pós filme!

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  5. Nossa! Dei a sorte de ver este esplendor no último dia sem saber. Estou com a mesma sensação de ter encontrado a figurinha do Pelé, um mega tazzo, sei lá! Bingo!

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  6. Leandro,
    Eu ri muito com seu texto, especialmente com a descrição do estereótipo da lésbica.
    Agradeço pela menção do meu post no Listas de 10, trata-se de um dos mais comentados do blog. As meninas gostam de participar, discutir e indicar.
    Tenho certeza que muitas delas vão ver o filme sob um ângulo diferente do seu.
    Vou fazer uma confissão... Não me movi para ver o filme no cinema, baixei e vi em casa, mas sem paciência e com o dedo no fast foward (aliás o filme fica bem melhor sem tanta enrolação, rsss)
    Parabéns pelo post.
    Abs!!!

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  7. Sim, aliás o fast foward pode trazer novas perspectivas do cinema, rssss.

    Abraço, Armando. Valeu o comentário!

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