Parente... É Serpente

Nome original: Parenti Serpenti
Diretor: Mario Monicelli
Ano: 1992
País: Itália
Elenco: Tommaso Bianco, Renato Cecchetto e Marina Confalone
Sem Prêmios
Parente É Serpente (1992) on IMDb


Viver em família é sempre complexo e é necessário muita paciência. Se a família for italiana, tudo deve ser elevado à enésima potência. Mas como não poderia deixar de ser, Monicelli faz dessa história que teria tudo para ser um drama complexo e impiedoso, uma comédia inteligente, envolvente e causadora de risos por nos vermos na tela na pele dessa família, apesar das tragédias.

Quanto maior a família, proporcionalmente a quantidade de problemas. E sabe quando tudo pode piorar? Quando o patriarca e a matriarca ainda são vivos e nenhum dos filho sabe o que fazer com eles. Os filhos, invariavelmente, não reconhecem o trabalho e dedicação dos pais durante toda a vida e na hora de retribuir, fecham os olhos e culpam a vida corrida, o mundo corporativo e até a falta de tempo. Tempo é ferramenta, Amor é sentimento, Reconhecimento é dedicação. Mas aqui, o que resta é sorrir e pensar melhor no que significa a família, mesmo cheia de serpentes.

Mas uma pergunta não sai de minha cabeça: ‘O que leva um senhor de 95 anos se jogar do 5º andar de um hospital?’ Monicelli não responde em ‘Parente... É Serpente’ nem explicará em algum filme, mas certamente esse é um roteiro que seria muito bem aproveitado por esse diretor tão importante da cinematografia italiana e mundial que nos deixou nesse 29 de novembro. Ele se foi mas deixa seu legado, e essa pergunta sempre estará em aberto... E continuará, mesmo se houver uma carta ou um depoimento tentando explicar... Muito obrigado pelas obras-primas, Moni... Descanse em paz.

Vitor Stefano
Sessões

Comentários

  1. Mario Monicelli inventou um estilo italiano de comédia.
    Com a série "Meus Caros Amigos", trouxe o humor cotidiano dos próprios amigos para a cena. Com o "Incrível Exército de Brancaleone", foi irreverente com os militares. Em "Parente é Serpente" desnudou os sentimentos da família italiana.
    Triste a forma de ele ter morrido, mas aos 95 anos, o suicídio é um exercício inequívoco de livre arbítrio de alguém que já tem o direito de dispor de sua própria existência.

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