Uma Noite em 67
Nome Original: Uma Noite em 67
Diretores: Renato Terra e Ricardo Calil
Ano: 2010
País: Brasil
Elenco: Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo.
Sem Prêmios.
Um documentário. Simples, mas não apenas mais um. Segue o ritmo normal desse gênero, principalmente dessa leva atual sobre músicos, como Simonal e Loki, com imagens do passado e depoimentos do presente. Porém, não tão simples é o momento histórico, as personagens e as melodias criadas por aqueles que determinariam o futuro de nossa música até os dias de hoje. ‘Uma Noite em 67’ torna-se uma fonte necessárias de pesquisa aos conhecedores da MPB e de aprendizado para quem não sabe exatamente o que foi a Jovem Guarda, Tropicália ou a Bossa Nova na história do Brasil. Grande parte da nossa grande música esteve em 67 no palco do Teatro Paramount, na Av. Brigadeiro Luis Antônio. E não foi apenas mais uma noite. Foi a noite!
Chico dizia “roda mundo, roda-gigante, roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração”. Caetano inspirou “caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, no sol de quase dezembro. Eu vou, porque não, porque não”. Gil insistia que “o rei da brincadeira, ê José!”. Roberto, futuro rei, fez sambar, pois “nasceu Maria no Carnaval e não lhe chamaram assim. Como tantas Marias de santas, marias de flor, seria Maria, Maria somente, Maria semente de samba e de amor”. Edu levou cantando “era um dia, era claro, quase meio. Era um canto falado, sem ponteio. Violência, viola, violeiro. Era morte redor. Mundo inteiro...”. Mas quem realmente marcou foi Sérgio que dizia que “Beto bate bola”, mas acho que ele é que não batia muito bem.
Vaias, aplausos, cantares, choros e raiva. Tudo fez parte daquele festival, estavam todos à flor da pele, com seus sentimentos aflorados, seja pela ditadura ou por nada. Lembrou-se da, hoje (e talvez naquela época), absurda manifestação e passeata contra a guitarra elétrica, liderada por Elis Regina e Gilberto Gil, a fim de proteger a música nacional contra a influência de “lixos” como Beatles e Rolling Stones que estouravam lá fora. Enquanto isso, os governos militares reinavam absolutos, talvez rindo com tamanho absurdo.
Estranho foi ver que nossos gênios musicais eram prolixos e faltava comunicabilidade à eles, e ao mesmo tempo, sabiamos que eles compunham e se expressavam no palco como verdadeiros poetas inspirados por uma das épocas mais complexas da história nacional. E não eram só os artistas que viviam esse momento. O público não sabia mais o que ouvir, o que era bom, o que era a favor da opressão ou da anarquia, eles nem sequer sabiam porque estavam lá. Só sabiam vaiar e aplaudir, tudo, descontroladamente, numa efervescência de sentimentos. Sérgio Ricardo tentou cantar seu ‘Beto Bom de Bola’ com repaginação de estilo. Tentou, pois o descontrole do público causou uma atitude rock ‘n roll no cantor, mesmo sem guitarra elétrica. Foi o começo do fim da carreira de Sérgio.
Hoje vemos e reverenciamos Gilberto Gil, Chico Buarque, e Caetano Veloso, que cantaram músicas que até hoje são inesquecíveis: “Domingo no Parque”, “Roda Viva” e “Alegria, Alegria”, respectivamente. Nas pitorescas entrevistas, o que viamos eram meninos, que só queriam mesmo cantar e fazer música. A parte revolucionária, que conhecemos, só fluiu com o tempo, já que lá eram apenas meninos de 20 e poucos anos. E hoje são senhores de 70 e poucos anos que não tem mais nada a dizer. Edu Lobo, esquecido na história foi o grande vencedor. Vejam Ponteio interpretado por Edu Lobo e Marilia Medalha, vencedor do grande III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record.
Entre Mutantes e lunáticos, “Uma Noite em 67” deixa no ar um sentimento de nostalgia. Cadê a verdadeira música brasileira? Estão todos mortos. Quero ouvir novas letras de novos compositores. Mas todos já padecem. Vamos velar a Musica Popular Brasileira e reverenciar os ídolos do passado, que mesmo vivos, parecem estar em outro plano.
Vitor Stefano
Sessões
Diretores: Renato Terra e Ricardo Calil
Ano: 2010
País: Brasil
Elenco: Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo.
Sem Prêmios.
Um documentário. Simples, mas não apenas mais um. Segue o ritmo normal desse gênero, principalmente dessa leva atual sobre músicos, como Simonal e Loki, com imagens do passado e depoimentos do presente. Porém, não tão simples é o momento histórico, as personagens e as melodias criadas por aqueles que determinariam o futuro de nossa música até os dias de hoje. ‘Uma Noite em 67’ torna-se uma fonte necessárias de pesquisa aos conhecedores da MPB e de aprendizado para quem não sabe exatamente o que foi a Jovem Guarda, Tropicália ou a Bossa Nova na história do Brasil. Grande parte da nossa grande música esteve em 67 no palco do Teatro Paramount, na Av. Brigadeiro Luis Antônio. E não foi apenas mais uma noite. Foi a noite!
Chico dizia “roda mundo, roda-gigante, roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração”. Caetano inspirou “caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, no sol de quase dezembro. Eu vou, porque não, porque não”. Gil insistia que “o rei da brincadeira, ê José!”. Roberto, futuro rei, fez sambar, pois “nasceu Maria no Carnaval e não lhe chamaram assim. Como tantas Marias de santas, marias de flor, seria Maria, Maria somente, Maria semente de samba e de amor”. Edu levou cantando “era um dia, era claro, quase meio. Era um canto falado, sem ponteio. Violência, viola, violeiro. Era morte redor. Mundo inteiro...”. Mas quem realmente marcou foi Sérgio que dizia que “Beto bate bola”, mas acho que ele é que não batia muito bem.
Vaias, aplausos, cantares, choros e raiva. Tudo fez parte daquele festival, estavam todos à flor da pele, com seus sentimentos aflorados, seja pela ditadura ou por nada. Lembrou-se da, hoje (e talvez naquela época), absurda manifestação e passeata contra a guitarra elétrica, liderada por Elis Regina e Gilberto Gil, a fim de proteger a música nacional contra a influência de “lixos” como Beatles e Rolling Stones que estouravam lá fora. Enquanto isso, os governos militares reinavam absolutos, talvez rindo com tamanho absurdo.
Estranho foi ver que nossos gênios musicais eram prolixos e faltava comunicabilidade à eles, e ao mesmo tempo, sabiamos que eles compunham e se expressavam no palco como verdadeiros poetas inspirados por uma das épocas mais complexas da história nacional. E não eram só os artistas que viviam esse momento. O público não sabia mais o que ouvir, o que era bom, o que era a favor da opressão ou da anarquia, eles nem sequer sabiam porque estavam lá. Só sabiam vaiar e aplaudir, tudo, descontroladamente, numa efervescência de sentimentos. Sérgio Ricardo tentou cantar seu ‘Beto Bom de Bola’ com repaginação de estilo. Tentou, pois o descontrole do público causou uma atitude rock ‘n roll no cantor, mesmo sem guitarra elétrica. Foi o começo do fim da carreira de Sérgio.
Hoje vemos e reverenciamos Gilberto Gil, Chico Buarque, e Caetano Veloso, que cantaram músicas que até hoje são inesquecíveis: “Domingo no Parque”, “Roda Viva” e “Alegria, Alegria”, respectivamente. Nas pitorescas entrevistas, o que viamos eram meninos, que só queriam mesmo cantar e fazer música. A parte revolucionária, que conhecemos, só fluiu com o tempo, já que lá eram apenas meninos de 20 e poucos anos. E hoje são senhores de 70 e poucos anos que não tem mais nada a dizer. Edu Lobo, esquecido na história foi o grande vencedor. Vejam Ponteio interpretado por Edu Lobo e Marilia Medalha, vencedor do grande III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record.
Entre Mutantes e lunáticos, “Uma Noite em 67” deixa no ar um sentimento de nostalgia. Cadê a verdadeira música brasileira? Estão todos mortos. Quero ouvir novas letras de novos compositores. Mas todos já padecem. Vamos velar a Musica Popular Brasileira e reverenciar os ídolos do passado, que mesmo vivos, parecem estar em outro plano.
Vitor Stefano
Sessões
Belo texto Vitor,
ResponderExcluirQueria ter visto este documentário.
Nasci na década de 70 e sempre ouvi das pessoas que viveram os anos 60 que era uma época fantástica, com uma juventude fervilhante, criativa e que foram responsáveis por uma verdadeira revoluçao nas artes, na polícita e nos costumes. Sempre invejei isso e lamentei pegar o início de uma juventude que se tornara mais individualista e mais ligada a industria cultural. Mudança dos tempos e necessidade de adaptação ao meio. A molecada de hoje vive uma realidade ainda pior.
pra chegar no que vivemos hj isso foi essencial
ResponderExcluironde posso ver o filme??
ResponderExcluironde eu posso baixar, fazer download??
ONDE O ENCONTRO??
ps: nao vivo no brasil
Ao Anônimo, esse filme ainda está nos cinemas do Brasil, portanto não há a possibilidade de alugá-lo, muito menos baixá-lo.
ResponderExcluirVocê terá de aguardar o lançamento em home video para poder vê-lo.
Mas não se esqueça dele, pois vale muito a pena!
Até mais!
Vitor Stefano
Sessões