Dossiê Stanley Kubrick
Contarei uma breve história em um prólogo, oito capítulos e um epílogo.
Prólogo
Uma história de Medo e Desejo. Um personagem complexo, misterioso, recluso. Mas há quem diga que foi um amor, um gentleman, apaixonado pela vida, pela família e pelo que fazia. Teve uma época em que A Morte Passou Perto, após receber um Grande Golpe, como o soco de um boxeador ou mesmo um coice de um cavalo. Mas o líquido vermelho que saiu de seu corpo apenas o encorajou, engrandeceu. Foi uma Glória Feita de Sangue, suor e lágrimas. Como o gladiador Spartacus, surgiu no alto e jamais foi esquecido. Estamos falando de um certo Napoleão.
Capítulo 2 - Dr. Fantástico
Não, a morte não chegou, mas Napoleão esteve ainda mais perto daquela bomba. Sim, perdeu o medo e aprendeu a amar a tal bomba. Mesmo com a iminente explosão e aniquilamento do mundo todo, conseguiu rir, naquela sala redonda, vendo tantos rostos aluscinados. Ele viu o absurdo do relacionamento entre dois lados que eram idênticos e brigavam pelo poder. Explodiu! Viu que o planeta do alto do cogumelo, era ainda mais belo.
Capítulo 4 - Laranja Mecânica
Tudo não passou e uma lavagem cerebral. O que foi visto sobre o futuro, foi apenas um sonho. Voltou-se à normalidade, Napoleão acordou na Leiteria Korova, um copo de leite na mão, uma laranja na outra. Uma sensação de raiva surgiu por saber que tudo que viveu com a bomba, no espaço e com a bela Lolita era mentira. Foi o fim da paz de Napoleão. Cresceu um senso de humor doentio, perverso. E a violência foi o modo de extravasar a decepção. Nascia alí um novo Napoleão. Até ser capturado, e receber nova lavagem. Queriam que ele fosse libertário como a música de Ludwig.
Capítulo 6 - O Iluminado
Acordado, Napoleão não sabe mais no que pensar. Não quer mais nada. Ele quer mesmo é ficar em paz, isolado, sem novas experiências. Vai a um hotel isolado pela neve, frio e fantasmas. Reconhece que há vida após a morte, porém a morte parece próxima até demais. Barulhos estranhos, passos, um maldito triciclo passando pelo chão e pelos tapetes. Mas ele não vê mais nada, não sabe de mais nada. Age de modo idiossincrático. Parece viver um filme de terror. A morte está mais perto. Mas, agora, ele está condicionado a matar.
Capítulo 7 - Nascido para Matar
Capítulo 8 - De Olhos Bem Fechados
Não importava todos os infortúnios que Napoleão já havia passado, ainda faltava um último. Um problema de relacionamento. Após todas as barreiras, aprendeu que o ser humano é agridoce, cheio de manias, rituais. Aquela máscara que viu em Lolita e pensou saber reconhecer, não adiantou. As máscaras são individuais e atrás de cada uma está uma nova descoberta, um novo amor. Um desespero novo. A lealdade é um sonho que se vive com compromisso. A sexualidade é um dom de quem prefere ficar de olhos bem fechados. Tente descansar ao som de Ligeti.
Prólogo
Uma história de Medo e Desejo. Um personagem complexo, misterioso, recluso. Mas há quem diga que foi um amor, um gentleman, apaixonado pela vida, pela família e pelo que fazia. Teve uma época em que A Morte Passou Perto, após receber um Grande Golpe, como o soco de um boxeador ou mesmo um coice de um cavalo. Mas o líquido vermelho que saiu de seu corpo apenas o encorajou, engrandeceu. Foi uma Glória Feita de Sangue, suor e lágrimas. Como o gladiador Spartacus, surgiu no alto e jamais foi esquecido. Estamos falando de um certo Napoleão.
Capítulo 1- Lolita
Desejo é uma das marcas de sua vida. Como resistir a um ser tão inocente, mascarada de fêmea. Não há como ver a maldade instalada naquele ser tão gracioso, perverso. Não há como fazer mal. Ele a toca e só sente prazer e amor. Já ela, nunca fez escândalo, nunca gritou, sempre o amou. ‘Não me esqueça’ ela dizia. E há como? Quer apenas estar perto, tê-la, amá-la, mesmo que isso lhe cause a morte, como uma bomba atômica implodida.
Capítulo 2 - Dr. Fantástico
Não, a morte não chegou, mas Napoleão esteve ainda mais perto daquela bomba. Sim, perdeu o medo e aprendeu a amar a tal bomba. Mesmo com a iminente explosão e aniquilamento do mundo todo, conseguiu rir, naquela sala redonda, vendo tantos rostos aluscinados. Ele viu o absurdo do relacionamento entre dois lados que eram idênticos e brigavam pelo poder. Explodiu! Viu que o planeta do alto do cogumelo, era ainda mais belo.
Capítulo 3 - 2001: Uma Odisséia no Espaço
No futuro, no espaço. O vácuo é o som do silêncio, a lentidão dos movimentos. No vácuo há vida. Há vida fora da Terra. Vê-se estrelas, planetas, sóis - imaginários - que contam a história da espécie humana, desde a pré-história. É o alvorecer de um novo modo de ver o mundo. O grande Napoleão deixou a barba crescer, viu a dança da Via Lactea ao som da valsa de Strauss no espaço sideral e impressionado ficou, e nos deixou com tanto vazio e tanta beleza.
Tudo não passou e uma lavagem cerebral. O que foi visto sobre o futuro, foi apenas um sonho. Voltou-se à normalidade, Napoleão acordou na Leiteria Korova, um copo de leite na mão, uma laranja na outra. Uma sensação de raiva surgiu por saber que tudo que viveu com a bomba, no espaço e com a bela Lolita era mentira. Foi o fim da paz de Napoleão. Cresceu um senso de humor doentio, perverso. E a violência foi o modo de extravasar a decepção. Nascia alí um novo Napoleão. Até ser capturado, e receber nova lavagem. Queriam que ele fosse libertário como a música de Ludwig.
Capítulo 5 - Barry Lyndon
Agora no passado, Napoleão se sentia em casa. Estar no século 18, depois de passar pelo espaço sideral, voltado à pré-história, era um alívio ao bom senhor. Agora com um comportamento exemplar a fim de progredir na sociedade da época. Por longas e lindas três horas, iluminado à luz de velas vê não mais a maravilha do espaço, mas agora a beleza das pinturas, telas em movimento, com roupas lindas, maquiagem perfeita e comportamento exemplar. Mas ao fim das três horas, as velas já derreteram e não há mais nada que o ilumine.
Capítulo 6 - O Iluminado
Acordado, Napoleão não sabe mais no que pensar. Não quer mais nada. Ele quer mesmo é ficar em paz, isolado, sem novas experiências. Vai a um hotel isolado pela neve, frio e fantasmas. Reconhece que há vida após a morte, porém a morte parece próxima até demais. Barulhos estranhos, passos, um maldito triciclo passando pelo chão e pelos tapetes. Mas ele não vê mais nada, não sabe de mais nada. Age de modo idiossincrático. Parece viver um filme de terror. A morte está mais perto. Mas, agora, ele está condicionado a matar.
Capítulo 7 - Nascido para Matar
Após uma reclusão cansativa, ele estava pronto para liderar uma guerra contra quem fosse, até contra um Vietnã bem preparado. Não uma guerra comum, era uma bem sangrenta, sem motivos, onde toda a ira que se acumulou com as decepções da vida poderiam fazer. A crueldade é sofrida. A guerra é um fenômeno natural. A guerra é linda. Napoleão é a natureza da tragédia, está preparado para matar, ser morto, se matar. Feche bem os olhos, ele vai virar uma lenda.
Capítulo 8 - De Olhos Bem Fechados
Não importava todos os infortúnios que Napoleão já havia passado, ainda faltava um último. Um problema de relacionamento. Após todas as barreiras, aprendeu que o ser humano é agridoce, cheio de manias, rituais. Aquela máscara que viu em Lolita e pensou saber reconhecer, não adiantou. As máscaras são individuais e atrás de cada uma está uma nova descoberta, um novo amor. Um desespero novo. A lealdade é um sonho que se vive com compromisso. A sexualidade é um dom de quem prefere ficar de olhos bem fechados. Tente descansar ao som de Ligeti.
Epílogo
É melhor fechar os olhos para sempre, aliás, já virei uma lenda. O nome do nosso personagem, na verdade, é Stanley Kubrick, um robô, como visto em A.I..
Vitor Stefano
Sessões
P.S.: Inspirado livremente em Lars von Trier (forma) e conscientemente no gênio Stanley Kubrick (conteúdo), conhecedor e admirador de Napoleão Bonaparte.
Onde, como e quando passou pelo mundo esta nave chamada Stanley Kubrick? Não sei. O supra-sumo do não-sim-lugar, da a-pró-formalidade e da atem-temporalidade.
ResponderExcluirNão sei se Stanley-Napoleão-Kubrick queria conquistar o mundo, de fato conquistou. Se o fez sem querer, mérito bem maior. Cor, sentido e imagem = Stanley-Cinema-Kubrick.
Leandro Antonio
Sessões
Bela filmografia!
ResponderExcluirMateus Moisés
Sessões
Bela construção textual pra viabilizar um estudo sobre belas obras de Kubrick! Nossa, vocês talentosos mesmo e gostei da proposta do blog. Parabéns!
ResponderExcluirte sigo aqui, linkei o blog ao meu.
Abraço a todos e a voce Vitor!