O Vazio do Domingo


Nome Original: La Enfermedad del Domingo
Diretor: Ramón Salazar
Ano: 2018
País: Espanha
Elenco: Bárbara Lennie e Susi Sánchez
Sem Prêmio


Arrependimento e coragem. Fazer algo que não pode ser feito, mas já foi feito. Abandonar em busca de mais. Seguir em frente sem olhar pra trás. Escondendo o que passou. Fugindo do passado, do presente, de uma memória que nunca sumirá. Somos feitos das nossas escolhas e suas consequências sempre guiarão nosso caminho. Podemos não ficar com remorso ou manter uma memória fixa, pois ter uma lembrança viva pode ser doloroso demais. Mas seguiu em busca da felicidade. Mas como achar algo que sempre queremos mais. Mais. Mais. Mesmo que deixemos o que mais importante já fizemos. Talvez em certo momento não fosse suficiente. E quando será suficiente se não estamos plenos. Não há pessoas que preencha que só nós podemos encontrar dentro de nós. Um filho. Um casamento. Uma escolha. Um sonho. Tudo pode ser nada. Mas eu entendo tudo, sem entender nada. O vazio. O cheio. A vida. A morte. O futuro. Até quando? Nunca será suficiente. A vida é uma colcha de retalhos, frágil, mas que esquenta. Mas nunca seremos suficientes. Ou somos? Escolhemos ser? Podemos ser? Nunca saberemos tudo. Nem o nada. Apenas viveremos a incessante busca do viver...

Um soco no estômago, na cara, na alma, no coração e onde doer mais. "O Vazio do Domingo" é um reencontro improvável de uma mãe é uma filha abandonada aos 8 anos. A mãe seguiu em frente sem olhar pra trás. A filha quer 10 dias com a mãe que não via há mais de 30 anos. O que vemos na película é uma relação que nunca existiu, uma busca pelo tempo que não viveram, uma verdade que nunca existirá. Motivo? Porquês? Como? Perguntas que são respondidas, mas não saberemos jamais os reais motivos. Não há. A vida é um eterno aprendizado, uma curiosidade eterna, uma eterna eternidade. Sem chance de definições em respostas. Apenas a vida pode responder. E as consequências das ações, das escolhas, dos arrependimentos. Eu perdoo. Eu vivo. Eu sou a verdade que quero. Duas atrizes fabulosas, num filme duríssimo, pesado, denso, mas terno. Terno em seu desenrolar, na beleza das imagens, da escolha das locações e na verdade que vemos. E sentimos.


O que é a vida senão...sentir.

Nota: 8.

Vitor Stefano
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