Junho - O Mês que Abalou o Brasil


Nome Original: Junho - O Mês que Abalou o Brasil
Ano: 2014
Diretor: João Weiner
País: Brasil
Elenco: Povo Brasileiro
Sem Prêmio
Junho: O Mês que Abalou o Brasil (2014) on IMDb


O Brasil parou. Teve organização pelo Passe Livre. O gigante acordou. Teve revolta pelos 20 centavos de aumento nas passagens. O país vai mudar. Não vai ter Copa. Invadiram o Congresso. Vamos fazer a revolução. Quebramos a Prefeitura e o palácio do Governo. Polícia matadora. Teve ódio. Vem pra Rua, vem! Gás lacrimogênio. Vinagre. Saques e destruição dos símbolos do capitalismo. Black Block. Os 20 centavos foram revogados.

Vamos às ruas comemorar. Quem sabe conseguir algo a mais. Passe Livre? O MPL conseguiu sua demanda e saiu da frente. Surgiram o Revoguem a PEC 33.  Abaixo a corrupção. Fora Dilma. Fora Alckmin. Fora Haddad. “Sem partido”. Vamos mudar tudo isso ai. Gerou quebra pau. Balas de borracha. Emboscadas. Teve Copa (das Confederações). Sem violência. Sem ideologia. Sem base. Sem informação. Sem porquê. Só sobrou ódio. Contra governantes, contra polícia, contra o carinha do seu lado.


Tivemos eleições. Reeleições. Tivemos a eleição mais conservadora da história. Tivemos de tudo. Foram só 20 centavos e a perda da oportunidade de fazer história. Está na história, mas por não ter feito tudo o que poderia. O povo brasileiro provou que consegue mudar o que quiser. Mas o que querem? Uma democracia muito jovem, sem bases, sem conhecimento, que apenas busca a vantagem pessoal ou de um pequeno grupo. O povo tem muito a aprender e evoluir.  Os nossos governantes ficaram receosos e perceberam que não dá pra brincar mais. Estamos de olho aberto, mas perdemos uma chance única. Vamos fazer mais? Vamos exigir mais? Vamos cobrar mais? Precisamos, mas não sei se vamos.

Por ser a primeira produção da Folha, o documentário tinha tudo para ser apenas o relato jornalístico das manifestações. Não é. Vai além. Há relatos de pessoas que viveram, que cobriram, que viram pela tevê, que foram agredidas, que agrediram, os que foram alvo e flecha. Há pensadores. Há seres que nem humanos parecem. Há além de tudo uma reflexão do poder e da importância da imprensa. Aliás, uma reflexão da mídia como um todo, dos programas sensacionalistas à mídia Ninja. Aliás, “Junho” é uma reflexão de país como um todo, inclusive dos direitos e deveres de todas as partes. “Junho” é o relato do que foi, do que poderia ser, do que pareceu que foi e do que realmente gerou. Foram apenas 20 centavos que geraram uma comoção, que deram impressão de poder à população, mas que no final aflorou apenas a barbárie das divergências políticas (ou apolíticas) que vimos nas eleições de 2014.


Já estamos em 2018.

O povo unido jamais será vencido? O povo nunca conseguirá enquanto não sobrepor demandas individuais pelas coletivas. “Junho” surpreende.

Nota: 7,5

Vitor Stefano
Sessões

Comentários

  1. Eu lembro que em Junho de 2013, quando a galera estava sendo massacrada nas ruas. Eu liguei pra você Vitor dizendo que o Sessões tinha que lançar uma nota de apoio ao MPL. De lá pra cá muita coisa mudou.

    Junho parece ter sido tudo e nada. Nos dias seguintes o que havia de mais reacionário no país resolveu ir pra rua disputar o movimento. Depois vieram os atos de 2015 que pareciam uma visão "cidadão de bem" de junho, mas completamente diferente.

    Depois veio a destituição, depois veio o golpe "com o judiciário com tudo" depois veio Nosferatu em sua versão mais tupiniquim. E seguiu-se a EC 95 que congela por 20 anos os gastos sociais. E cá estamos!

    Cabe perguntar: estamos bem?

    Não leio Junho como algo negativo. Foi necessário Junho desencadeou uma energia social que estava muito tempo presa na garganta e ninguém queria gritar. Botamos pra fora o que tava entalado mas, que fique claro, foi um coito interrompido.

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