Quatro Casamentos e um Funeral
Nome Original: Four Weddings and a Funeral
Diretor: Mike Newell
Ano: 1994
País: Reino Unido
Elenco: Hugh Grant, Andie MacDowell, Kristin Scott Thomas e John Hanna.
Prêmios: Bafta de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante (Kristin) e Prêmio David Lean pela Direção, César de Melhor Filme Estrangeiro e Globo de Ouro de Melhor Ator - Comédia/Musical.
Um grande passo. Talvez não tanto quanto a chegada do homen na lua, mas sem dúvida, individualmente é. Muitos falam mal, mas é inveja dos que falam bem. Eu não sei porque ainda não cheguei lá mas já estou tão perto que consigo sentir a brisa quente e acolhedora desse ritual. A vida parece mais calma com alguém remando junto para o mesmo lado mesmo com toda a tormenta desse mar, que chamamos de vida. Perceba o quão inspirado ficamos, pode chamar de brega, meloso, chatinho ou até de careta, mas o casamento é um dos poucos rituais que ainda me emociona. Imagine-me no meu próprio.
Não estou aqui para falar de mim, mas sim de um filme que jamais havia visto, única e exclusivamente, por conta de minha antipatia por Hugh Grant. Nunca soube exatamente o que me repelia do inglês de olhos azuis, se é sua exalada arrogância, inveja por sua beleza de causar gritinhos das fãs (sim, isso há 15 anos atras) ou se suas atuações que realmente nunca me convenceram. Após ver esse sucesso de público tenho certeza que vi um filme adorável, com suas nuances densas e que representa muito bem uma série de homens que vêem na perpetuação da solteirice o único modo de continuar vivo.
Cheio de referências externas, com personagens totalmente excêntricos num grupo social onde acontecem casamentos como o vírus da gripe se propaga num ambiente fechado. por termos quatro casamentos ocorrendo durante todo o filme, o mais memorável dos momentos é exatamente o funeral de . É impossível ficar incólume diante do poema “Blues Fúnebres” de W.H. Auden proferidas por Matthew, vejam e leiam:
"Que parem os relógios, cale o telefone,
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás.
Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto — um laço no pescoço —
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu.
Era meu norte, sul, meu leste, oeste, enquanto
viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.
É hora de apagar estrelas — são molestas —
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante."
Todos choram. Aqui por tristeza.
Charles é o centro de todas as atenções, seja por sempre ser o padrinho, por sempre ter saído com a noiva e com o resto da festa ou pelo fato de finalmente estar apaixonado. Mas como em toda história, quando você quer alguém, invariavelmente esse alguém não pode/quer estar com você, como acontece na vida real. Como que se os deuses nos fizessem pagar nossos pecados em vida. E foi assim entre ele e Carrie. Aos poucos a vida segue mas a lembrança do amor não correspondido ainda persiste em martelar. Mas como estamos em uma comédia romântica, toca a música e tudo se acertará. Leve e marcante.
Merecem citação as atuações das belas Kristin Scott Thomas (do ótimo "Há Tanto Tempo Que te Amo") e Andie MacDowell. Dou meu braço a torcer e admito que Hugh Grant está ótimo como o solteirão na fuga do casamento. Mas minha antipatia ainda está lá, menor, mas está. Mike Newell tem em “Quatro Casamentos e um Funeral” seu auge, numa carreira vasto de filmes apenas corretos.
Vitor Stefano
Sessões
Diretor: Mike Newell
Ano: 1994
País: Reino Unido
Elenco: Hugh Grant, Andie MacDowell, Kristin Scott Thomas e John Hanna.
Prêmios: Bafta de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante (Kristin) e Prêmio David Lean pela Direção, César de Melhor Filme Estrangeiro e Globo de Ouro de Melhor Ator - Comédia/Musical.
Um grande passo. Talvez não tanto quanto a chegada do homen na lua, mas sem dúvida, individualmente é. Muitos falam mal, mas é inveja dos que falam bem. Eu não sei porque ainda não cheguei lá mas já estou tão perto que consigo sentir a brisa quente e acolhedora desse ritual. A vida parece mais calma com alguém remando junto para o mesmo lado mesmo com toda a tormenta desse mar, que chamamos de vida. Perceba o quão inspirado ficamos, pode chamar de brega, meloso, chatinho ou até de careta, mas o casamento é um dos poucos rituais que ainda me emociona. Imagine-me no meu próprio.
Não estou aqui para falar de mim, mas sim de um filme que jamais havia visto, única e exclusivamente, por conta de minha antipatia por Hugh Grant. Nunca soube exatamente o que me repelia do inglês de olhos azuis, se é sua exalada arrogância, inveja por sua beleza de causar gritinhos das fãs (sim, isso há 15 anos atras) ou se suas atuações que realmente nunca me convenceram. Após ver esse sucesso de público tenho certeza que vi um filme adorável, com suas nuances densas e que representa muito bem uma série de homens que vêem na perpetuação da solteirice o único modo de continuar vivo.
Cheio de referências externas, com personagens totalmente excêntricos num grupo social onde acontecem casamentos como o vírus da gripe se propaga num ambiente fechado. por termos quatro casamentos ocorrendo durante todo o filme, o mais memorável dos momentos é exatamente o funeral de . É impossível ficar incólume diante do poema “Blues Fúnebres” de W.H. Auden proferidas por Matthew, vejam e leiam:
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás.
Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto — um laço no pescoço —
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu.
Era meu norte, sul, meu leste, oeste, enquanto
viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.
É hora de apagar estrelas — são molestas —
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante."
Todos choram. Aqui por tristeza.
Charles é o centro de todas as atenções, seja por sempre ser o padrinho, por sempre ter saído com a noiva e com o resto da festa ou pelo fato de finalmente estar apaixonado. Mas como em toda história, quando você quer alguém, invariavelmente esse alguém não pode/quer estar com você, como acontece na vida real. Como que se os deuses nos fizessem pagar nossos pecados em vida. E foi assim entre ele e Carrie. Aos poucos a vida segue mas a lembrança do amor não correspondido ainda persiste em martelar. Mas como estamos em uma comédia romântica, toca a música e tudo se acertará. Leve e marcante.
Merecem citação as atuações das belas Kristin Scott Thomas (do ótimo "Há Tanto Tempo Que te Amo") e Andie MacDowell. Dou meu braço a torcer e admito que Hugh Grant está ótimo como o solteirão na fuga do casamento. Mas minha antipatia ainda está lá, menor, mas está. Mike Newell tem em “Quatro Casamentos e um Funeral” seu auge, numa carreira vasto de filmes apenas corretos.
Vitor Stefano
Sessões
Que bunito! Que apego... Saudade de quem escreve.
ResponderExcluirBom dia!
Leandro Antonio
Sessões