Lope
Nome Original: Lope
Diretora: Andrucha Waddington
Ano: 2010
País: Espanha / Brasil
Elenco: Alberto Ammann, Pilar López de Ayala , Leonor Watling , Luis Tosar, Miguel Ángel Muñoz, Selton Mello e Sônia Braga.
Prêmios: Goya de Melhor Canção Original e Figurino.
Não se fazem mais conquistadores como antigamente. Até porque não há mais nada para inventar. Lope é um dos que deve ser copiado quando o assunto é poesia e provocar encantamento. Ser apresentado a um anônimo, conhecer sua grandeza e importância na história da literatura mundial é o grande trunfo do filme de Andrucha Waddington. Seja com sua força e rapidez com a espada, sua inteligência e desenvoltura com as letras ou ainda sua desinibição e charme irresistível com as mulheres conseguem cativar todos (primordialmente as mulheres) numa película visualmente linda e que há muito nãos víamos: um filme de amor.
Félix Lope de Vega y Carpio após retornar da guerra, busca um meio de vida para não retornar àquela batalha desnecessária. Leva a vida escrevendo para outros, cartas, contos e poemas e assim conseguia viver a vida. Com seu grande talento, chama atenção de Elena, filha do dono da companhia de teatro, que o contrata para trabalhar. Não como dramaturgo, não para ter suas comédias interpretadas. Ainda não. Conquistou Elena, com quem viveu um tórrido romance às escondidas. Aos poucos conquistou a confiança de quem poderia lhe abrir as portas da dramaturgia e fez suas comédias chegarem ao público, que o amava e queria mais.
Lope é uma mistura de Zorro sem máscaras e Don Juan poeta. Sua sensualidade está nos sons emitidos por seus lábios, processando seus pensamentos mais velozes em estrofes milimetricamente feitas para enfeitiçar e arrebatar qualquer dama que esteja a menos de 100 km de distância. O argentino Alberto Ammann dá vida à Lope, com sua beleza hispânica e maquiagem sempre impecável, com suas unhas pretas, cabelo despenteado e barba por fazer. Um afago às damas da platéia.
Além de Ammann, temos grandes atuações. As belas damas conquistadas pelo dramaturgo são Pilar López de Ayala, como Elena e Isabel, seu grande amor, vivida por Leonor Watling, que vimos quase imóvel em Fale com Ela. Atores brasileiros também estão no elenco dessa produção espana-brasileira, mas com ares de Torre de Babel. Sônia Braga tem uma aparição meteórica como mãe de Lope. Já Selton Mello tem papel importante e, apesar de seu sotaque abrasileirado, deixa sua marca como o importante conde português, Marqués de Navas, louco para conquistar Isabel, com seu poder e pseudo-poética. Andrucha consegue mais um marco em sua carreira. Após nos deixar boquiabertos e sujos com terreno arenoso de “Casa de Areia” nos agracia com a beleza dos textos e com imagens marcantes de “Lope”. O Brasil continua marcando no cinema lá de fora. Que continue assim.
Além de retratar o começo da história do “monstro da natureza”, como Cervantes chamava o dramaturgo, o filme marca com os figurinos, a fotografia e as maravilhosas locações, de tirar o fôlego. A sensualidade exposta pela câmera próxima também deixa efeitos colaterais nos expectadores. De técnica inquestionável, a história adulta de Lope ganha vida com um enredo cheio de entreveros, uma vida feita de conquistas, de um homem que marcou seu tempo com sua habilidade de brincar com as nossas mentes através de palavras que já ouvimos, já lemos e que nunca deixarão de nos seduzir. A poesia está em alta. A poesia sempre estará por conta de senhores como Felix Lope da Vega, ou simplesmente Lope.
“O vinho, quanto mais envelhece mais calor ganha; pelo contrário, a nossa natureza quanto mais vive, mais vai esfriando.”
Jorge Drexler consegue nos dar um pouco de Lope nos dias de hoje com “Que el Soneto nos Tome por Sorpresa”, linda música da trilha sonora, com imagens do lindíssimo filme.
Vitor Stefano
Sessões
Diretora: Andrucha Waddington
Ano: 2010
País: Espanha / Brasil
Elenco: Alberto Ammann, Pilar López de Ayala , Leonor Watling , Luis Tosar, Miguel Ángel Muñoz, Selton Mello e Sônia Braga.
Prêmios: Goya de Melhor Canção Original e Figurino.
Não se fazem mais conquistadores como antigamente. Até porque não há mais nada para inventar. Lope é um dos que deve ser copiado quando o assunto é poesia e provocar encantamento. Ser apresentado a um anônimo, conhecer sua grandeza e importância na história da literatura mundial é o grande trunfo do filme de Andrucha Waddington. Seja com sua força e rapidez com a espada, sua inteligência e desenvoltura com as letras ou ainda sua desinibição e charme irresistível com as mulheres conseguem cativar todos (primordialmente as mulheres) numa película visualmente linda e que há muito nãos víamos: um filme de amor.
Félix Lope de Vega y Carpio após retornar da guerra, busca um meio de vida para não retornar àquela batalha desnecessária. Leva a vida escrevendo para outros, cartas, contos e poemas e assim conseguia viver a vida. Com seu grande talento, chama atenção de Elena, filha do dono da companhia de teatro, que o contrata para trabalhar. Não como dramaturgo, não para ter suas comédias interpretadas. Ainda não. Conquistou Elena, com quem viveu um tórrido romance às escondidas. Aos poucos conquistou a confiança de quem poderia lhe abrir as portas da dramaturgia e fez suas comédias chegarem ao público, que o amava e queria mais.
Lope é uma mistura de Zorro sem máscaras e Don Juan poeta. Sua sensualidade está nos sons emitidos por seus lábios, processando seus pensamentos mais velozes em estrofes milimetricamente feitas para enfeitiçar e arrebatar qualquer dama que esteja a menos de 100 km de distância. O argentino Alberto Ammann dá vida à Lope, com sua beleza hispânica e maquiagem sempre impecável, com suas unhas pretas, cabelo despenteado e barba por fazer. Um afago às damas da platéia.
Além de Ammann, temos grandes atuações. As belas damas conquistadas pelo dramaturgo são Pilar López de Ayala, como Elena e Isabel, seu grande amor, vivida por Leonor Watling, que vimos quase imóvel em Fale com Ela. Atores brasileiros também estão no elenco dessa produção espana-brasileira, mas com ares de Torre de Babel. Sônia Braga tem uma aparição meteórica como mãe de Lope. Já Selton Mello tem papel importante e, apesar de seu sotaque abrasileirado, deixa sua marca como o importante conde português, Marqués de Navas, louco para conquistar Isabel, com seu poder e pseudo-poética. Andrucha consegue mais um marco em sua carreira. Após nos deixar boquiabertos e sujos com terreno arenoso de “Casa de Areia” nos agracia com a beleza dos textos e com imagens marcantes de “Lope”. O Brasil continua marcando no cinema lá de fora. Que continue assim.
Além de retratar o começo da história do “monstro da natureza”, como Cervantes chamava o dramaturgo, o filme marca com os figurinos, a fotografia e as maravilhosas locações, de tirar o fôlego. A sensualidade exposta pela câmera próxima também deixa efeitos colaterais nos expectadores. De técnica inquestionável, a história adulta de Lope ganha vida com um enredo cheio de entreveros, uma vida feita de conquistas, de um homem que marcou seu tempo com sua habilidade de brincar com as nossas mentes através de palavras que já ouvimos, já lemos e que nunca deixarão de nos seduzir. A poesia está em alta. A poesia sempre estará por conta de senhores como Felix Lope da Vega, ou simplesmente Lope.
“O vinho, quanto mais envelhece mais calor ganha; pelo contrário, a nossa natureza quanto mais vive, mais vai esfriando.”
Jorge Drexler consegue nos dar um pouco de Lope nos dias de hoje com “Que el Soneto nos Tome por Sorpresa”, linda música da trilha sonora, com imagens do lindíssimo filme.
Vitor Stefano
Sessões
Eu estava com preguiça de ver o filme, mas sua resenha me animou muito.
ResponderExcluirVerei com certeza! Obrigado pela dica!
Abs!!!