Santiago
Nome Original: Santiago
Diretores: João Moreira Salles
Ano: 2007
País: Brasil
Elenco: Santiago e João Moreira Salles.
Prêmios: Melhor Documentário e Edição de Documentário do Grande Prêmio Cinema Brasil, Melhor Documentário do Festival de Miami e Festival Latinoamericano de Lima, e Grande Prêmio do Festival de Cinema Real de Paris.
Um drama profundo, com a densidade que só o branco e preto pode causar. Não pode ser um documentário. Não pode... Ver um único personagem na tela e aos poucos perceber que aquele ser não está sendo documentado, e sim quem está por trás da câmera, é totalmente surpreendente. Mesmo se for obra da casualidade, foi, certamente, genial. Ver profundamente o que não vemos à frente é o grande trunfo de ‘Santiago’, o documentário, não o personagem. Nas lembranças de Santiago, mordomo da família, além de sua história, a de João Moreira Salles está escancarada.
J.M. após 13 anos retomou a montagem do documentário. Santiago já havia morrido, restaram 9 horas de vídeo de incessantes pedidos de repetição ao documentado, milhões de páginas de dossiês sobre as nobrezas de todos cantos do mundo em 6 idiomas e as lembranças da mente de quem viveu com o mordomo argentino. Um bloqueio fez com que ele nem conseguisse seguir filmando há 13 anos e muito menos a narrar os fatos. Essa tarefa foi cumprida pelo seu irmão Fernando, que era mais do que apenas a vida de Santiago Badariotti Merlo, é uma ode à memória de Santiago sobre a família Salles. Há filmes que retratam o roubo de sonhos e da memória alheia. É exatamente o que João fez, cumprindo seu mea-culpa.
Pouco importa se ‘A Roda da Fortuna’ é o filme predileto do mordomo, se ele sabe tocar castanholas como um espanhol, se reza em latim, toca Bach como poucos. Esse documentário talvez só interesse à própria família Salles, porém tornou-se um marco, um ícone do gênero no país por sua suavidade, sensibilidade e por ser único. Como disse no início, não pode ser um documentário por emocionar tanto. Mas é, e basicamente sobre João Moreira Salles. Seus segredos são quase revelados, porém, nunca saberemos o que Santiago ia dizer.
Santiago mantêm-se dançando à la Fred Astaire ou fazendo sua inesquecível dança das mãos em outras vidas, integrando alguma nobreza de outros séculos, algo que sempre lhe pertenceu.
E espero que o personagem principal de ‘Santiago’ reconsidere e que não seja seu último trabalho como documentarista. É triste ver os gênios pararem. Atualmente J.M.S. se dedica ao Instituto Moreira Salles e à Revista piauí.
Vitor Stefano
Sessões
Diretores: João Moreira Salles
Ano: 2007
País: Brasil
Elenco: Santiago e João Moreira Salles.
Prêmios: Melhor Documentário e Edição de Documentário do Grande Prêmio Cinema Brasil, Melhor Documentário do Festival de Miami e Festival Latinoamericano de Lima, e Grande Prêmio do Festival de Cinema Real de Paris.
Um drama profundo, com a densidade que só o branco e preto pode causar. Não pode ser um documentário. Não pode... Ver um único personagem na tela e aos poucos perceber que aquele ser não está sendo documentado, e sim quem está por trás da câmera, é totalmente surpreendente. Mesmo se for obra da casualidade, foi, certamente, genial. Ver profundamente o que não vemos à frente é o grande trunfo de ‘Santiago’, o documentário, não o personagem. Nas lembranças de Santiago, mordomo da família, além de sua história, a de João Moreira Salles está escancarada.
J.M. após 13 anos retomou a montagem do documentário. Santiago já havia morrido, restaram 9 horas de vídeo de incessantes pedidos de repetição ao documentado, milhões de páginas de dossiês sobre as nobrezas de todos cantos do mundo em 6 idiomas e as lembranças da mente de quem viveu com o mordomo argentino. Um bloqueio fez com que ele nem conseguisse seguir filmando há 13 anos e muito menos a narrar os fatos. Essa tarefa foi cumprida pelo seu irmão Fernando, que era mais do que apenas a vida de Santiago Badariotti Merlo, é uma ode à memória de Santiago sobre a família Salles. Há filmes que retratam o roubo de sonhos e da memória alheia. É exatamente o que João fez, cumprindo seu mea-culpa.
Pouco importa se ‘A Roda da Fortuna’ é o filme predileto do mordomo, se ele sabe tocar castanholas como um espanhol, se reza em latim, toca Bach como poucos. Esse documentário talvez só interesse à própria família Salles, porém tornou-se um marco, um ícone do gênero no país por sua suavidade, sensibilidade e por ser único. Como disse no início, não pode ser um documentário por emocionar tanto. Mas é, e basicamente sobre João Moreira Salles. Seus segredos são quase revelados, porém, nunca saberemos o que Santiago ia dizer.
Santiago mantêm-se dançando à la Fred Astaire ou fazendo sua inesquecível dança das mãos em outras vidas, integrando alguma nobreza de outros séculos, algo que sempre lhe pertenceu.
E espero que o personagem principal de ‘Santiago’ reconsidere e que não seja seu último trabalho como documentarista. É triste ver os gênios pararem. Atualmente J.M.S. se dedica ao Instituto Moreira Salles e à Revista piauí.
Vitor Stefano
Sessões
Santiago acaba sendo um filme único e metalinguístico, onde o antagonista da história está do outro lado da câmera, contando sua própria história, através da biografia do protagonista... Confuso, não?
ResponderExcluirÉ provável que ninguém se apercebeu do que estava fazendo no processo de filmagem.
Dito isso, considero esta uma obra brilhante, humana até o limite da humanidade e cinematográfica ao limite da realidade.
O Brasil é referência em documentários e João Moreira Salles é um de nossos gênios.
Parabéns pelo post, Vitor!
Às vezes a imagem não precisa de palavras, a música e a cena do fim do trailer são lindas e falam muito por si. O documentário deve ser tocante como esse pedacinho do trailer, que já me convenceu! ^.~
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