Coco Chanel & Igor Stravinsky
Nome Original: Coco Chanel & Igor Stravinsky
Diretor: Jan Kounen
Ano: 2009
País: França, Japão e Suiça
Elenco: Mads Mikelsen e Anna Mouglalis
Sem Prêmios
Nem só de glamour se pode viver. Roupas elegantes, notas
impensadas, cortes criativos, montagem esplendorosa, cores impensadas, dança
contemporânea. Criatividade é o que rege os grandes gênios. Mas caso haja um pouco
de tensão, o resultado pode ser ainda mais explosivo e grandioso. E quando dois
gênios se encontram uma grande hecatombe pode acontecer.
Se Coco foi representada de forma apática pela sem sal
Audrey Tatou em “Coco Antes de Chanel”, agora é viva, quase cruel, impiedosa,
impositiva. Tiramos a aura de santa e vemos uma pessoa real, vivida pela bela
Anna Mouglalis (embaixatriz da Maison Chanel) com um toque malévolo que tanto
diziam sobre a estilista. Sem ser carismática, Anna consegue exprimir em seus traços
fortes e beleza exótica a força que uma mulher como Chanel teve. Finalmente uma
boa biografia de uma pequena parte da vida dessa revolucionária (de todos
aspectos). Já Stravinsky é vivido pelo excelente Mads Mikelsen, já conhecido do
público por grandes atuações como “Depois do Casamento” e “Cassino Royale”. De
beleza forte e gestos expressivos, Stravinsky está retratado em um momento
difícil de sua carreira onde foi mal recebido pela crítica parisiense e estava
exilado por conta da Revolução Russa. Coco + Igor poderiam estrelar qualquer
filme chamado de Dupla Explosiva. Paixão, amor, luxuria. Eles viviam de
explosões incontroláveis controlados por ela. Ele perdeu a cabeça, o juízo, criou,
tocou, dedilhou sua ira e transformaram tudo em obra-prima.
Dois personagens marcantes, históricos que, com um
pensamento bem a frente de sua época, chocavam pela liberdade e a falta de
freio por sua criatividade. Viviam intensamente, mas nada é mais emblemático
desse ritmo frenético do que a esposa de Igor. Nela está estampada a abnegação
em busca de manter seu amor verdadeiro e o que uma mãe deve buscar em
detrimento de sua família – o oposto à libertinagem que regia a libertina
Chanel. Nela está a maior força dessa história, como um contratempo à
atemporalidade dos amantes. Igor e Coco estão na história, eles já tem todos os
louros, ela por suas criações e marca e ele por suas criações mágicas expressas
pela força que uma orquestra e o balé podem ter. Gênios, mas a sanidade passava
longe. Mas é o que dizem: todo gênio tem um quê de louco. Um filme que talvez
não agrade todos pela história conturbada, sexuada e de quebras de paradigmas
que até hoje são tabus, mas hipnotiza pelas belezas: das roupas, da criação do
balé, das cenas de sexo, da entrega dos atores para os personagens. É tão
impressionante que podemos ver a genialidade expressa nos primeiros minutos do
filme, onde A Sagração da Primavera de
Stravinsky foi apresentada pela primeira vez em Paris, em 1913 e
onde Coco conheceu e se encantou pelo russo:
Não havia como não se encantar. A música e o ballet nunca mais foram os mesmos. Nem as mulheres depois de Coco.
Vitor Stefano
Sessões
Não cheguei a assistir esse filme, mas parece ser mesmo muito bom. De acordo com o seu texto, a história tratada é um pouco diferente da que eu conheço.
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