2001 - Uma Odisseia no Espaço (Parte 1)
Nome Original: 2001 - Space Odyssey
Diretor: Stanley Kubrick
Ano: 1968
País: Estados Unidos
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Douglas Rain, Donald Richter e outros.
Prêmios: Oscar de Melhores Efeitos Especiais, Prêmios BAFTA de Melhor Fotografia, Trilha Sonora e Direção de Arte
Ao saber que fui incumbido por meus amigos de blog de comentá-lo, pensei na dificuldade da tarefa. Me empenhei, vi o filme mais diversas vezes, li o livro, vi documentários sobre o filme, li as considerações que encontrava sobre. Percebi ao longo deste tempo que quanto mais eu assistia ao filme, ou me conectava a ele de alguma forma, mais difícil ficava a tarefa de escrever. Os meses em que o cartaz esteve aí ao lado foi um tempo de paradoxo, por que quanto mais eu conhecia e gostava de 2001, mais árduo ficava rascunhar algumas linhas sobre. E por que tudo isso? Claro que as respostas não são simples e muito menos lógicas. Mas, o que mais me convence e conforta é pensar que '2001 - Uma Odisseia no Espaço' é um filme infinito e inesgotável.
Inesgotável e infinito como metáfora. Inesgotável e infinito como moral e filosofia. Inesgotável e infinito como beleza. Inesgotável e infinito como experiência. Inesgotável e infinito como o futuro. Inesgotável e infinito como o que vem depois. Inesgotável e infinito como o universo ainda o é. Inesgotável e infinito como as questões que deixa. Inesgotável e infinito como desejo humano.
O desejo humano de ser infinito pode ter começado quando um bando de macacos pode sobressair-se sobre seus pares. A humanidade começa quando macaco vira presa difícil. A humanidade começa quando macaco mata. Macaco mata boi, mata elefante, mata leão e mata macaco. A humanidade começa quando macaco descobre que há possibilidade de moldar a natureza a sua necessidade. O macaco virou gente e apropriou-se de um planeta. De lá para cá, um abreviado intervalo e já não se consegue mais chamar este bicho de macaco. Os modos de macaco são um passado? Que foi feito deles?
De lá para cá - a estação espacial. Além da atmosfera, diante da vastidão do interminável está o homem. O que é este ser diante do infinito? O mesmo que aprendeu, descobriu, navegou, conquistou é desconforto, pausas, espaçamentos, hibernação, letargia. Uma fragilidade protegida apenas por trajes, aparelhagem, adaptações, aparatos, parafernália. Máquinas, altas tecnologias, processadores, inteligências artificiais. Evolução? Até que ponto?
A missão é Júpiter. Quase todos hibernam. O sucesso da missão está confiado a mais recente invenção da inteligência artificial – HAL 9000. Um computador capaz de processar a maioria das atividades do cérebro humano, porém com muito mais rapidez e fiabilidade. Em entrevista HAL declarou a um programa de televisão do ano de 2001:
“O que eu acho é tudo que um ser consciente pode querer.”
A automação do cérebro humano é o que faz o homem ir além. As máquinas adquirem um papel tão cabal em um universo impróprio para manter-se vivo, que são eleitas, são as que podem reagir a este ambiente sem necessidades fisiológicas e emocionais e por isto, estão no comando. HAL é confiável, infalível, incapaz de errar e fará da missão um êxito. Tripulação para quê? Evidente que alguém precisa fazer a manutenção das máquinas. Sem as ferramentas, o que sobra do homem? Onde estão Deus e os alienígenas?
Continua...
Leandro Antonio
Sessões
Diretor: Stanley Kubrick
Ano: 1968
País: Estados Unidos
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Douglas Rain, Donald Richter e outros.
Prêmios: Oscar de Melhores Efeitos Especiais, Prêmios BAFTA de Melhor Fotografia, Trilha Sonora e Direção de Arte
Ao saber que fui incumbido por meus amigos de blog de comentá-lo, pensei na dificuldade da tarefa. Me empenhei, vi o filme mais diversas vezes, li o livro, vi documentários sobre o filme, li as considerações que encontrava sobre. Percebi ao longo deste tempo que quanto mais eu assistia ao filme, ou me conectava a ele de alguma forma, mais difícil ficava a tarefa de escrever. Os meses em que o cartaz esteve aí ao lado foi um tempo de paradoxo, por que quanto mais eu conhecia e gostava de 2001, mais árduo ficava rascunhar algumas linhas sobre. E por que tudo isso? Claro que as respostas não são simples e muito menos lógicas. Mas, o que mais me convence e conforta é pensar que '2001 - Uma Odisseia no Espaço' é um filme infinito e inesgotável.
Inesgotável e infinito como metáfora. Inesgotável e infinito como moral e filosofia. Inesgotável e infinito como beleza. Inesgotável e infinito como experiência. Inesgotável e infinito como o futuro. Inesgotável e infinito como o que vem depois. Inesgotável e infinito como o universo ainda o é. Inesgotável e infinito como as questões que deixa. Inesgotável e infinito como desejo humano.
O desejo humano de ser infinito pode ter começado quando um bando de macacos pode sobressair-se sobre seus pares. A humanidade começa quando macaco vira presa difícil. A humanidade começa quando macaco mata. Macaco mata boi, mata elefante, mata leão e mata macaco. A humanidade começa quando macaco descobre que há possibilidade de moldar a natureza a sua necessidade. O macaco virou gente e apropriou-se de um planeta. De lá para cá, um abreviado intervalo e já não se consegue mais chamar este bicho de macaco. Os modos de macaco são um passado? Que foi feito deles?
De lá para cá - a estação espacial. Além da atmosfera, diante da vastidão do interminável está o homem. O que é este ser diante do infinito? O mesmo que aprendeu, descobriu, navegou, conquistou é desconforto, pausas, espaçamentos, hibernação, letargia. Uma fragilidade protegida apenas por trajes, aparelhagem, adaptações, aparatos, parafernália. Máquinas, altas tecnologias, processadores, inteligências artificiais. Evolução? Até que ponto?
A missão é Júpiter. Quase todos hibernam. O sucesso da missão está confiado a mais recente invenção da inteligência artificial – HAL 9000. Um computador capaz de processar a maioria das atividades do cérebro humano, porém com muito mais rapidez e fiabilidade. Em entrevista HAL declarou a um programa de televisão do ano de 2001:
“O que eu acho é tudo que um ser consciente pode querer.”
A automação do cérebro humano é o que faz o homem ir além. As máquinas adquirem um papel tão cabal em um universo impróprio para manter-se vivo, que são eleitas, são as que podem reagir a este ambiente sem necessidades fisiológicas e emocionais e por isto, estão no comando. HAL é confiável, infalível, incapaz de errar e fará da missão um êxito. Tripulação para quê? Evidente que alguém precisa fazer a manutenção das máquinas. Sem as ferramentas, o que sobra do homem? Onde estão Deus e os alienígenas?
Continua...
Leandro Antonio
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Nossa! Você escreve lindamente! Realmente é intimidante fala sobre qualquer coisa ao redor de Kubrick - que é meu diretor favorito. Sei que 2001 se trata de dados futurísticos, mas acho uma obra tão atemporal. Se adequa a qualquer época.
ResponderExcluir=1
Alice ligadona
ExcluirObrigado pelo elogio e por passear por aqui. Como comentei, é uma grande dificuldade escrever sobre o que nos toca de tantas maneiras. No segundo comentário pretendo postar sobre o que julgo mais intimidante no filme, que é "Júpiter e além do infinito" e continuar arriscando a pergunta: Onde está Deus em 2001?
Visitei o blog ligadona e fiz uma menção nos comentários ao filme "Meu Malvado Favorito"
Leandro Antonio
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E eu ainda não consegui parar para ver... Alias, parei mas não consegui. Há muito da humanidade dentro dessa mídia chamada dvd que abriga esse tal de 2001.
ResponderExcluirEu verei...
Não é um filme fácil. Eu comecei a captar um pouco da magnitude da segunda ou terceira vez que vi e considero que ainda saiba pouco, tamanha as possibilidades que 2001 apresenta, mas desde a primeira houve um grande encanto, um deslumbramento que foi além da pretensão de entender ou da imposição de ritmo lenta que o filme carrega propositalmente.
ExcluirVitor, se você ainda não viu 2001, priorize. Não perca tempo com outros passatempos por estes dias.
Leandro Antonio
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