Salò ou os 120 Dias de Sodoma
Nome Original: Salò o le Centoventi Giornate di Sodoma
Diretor: Pier Paolo Pasolini
Ano: 1975
País: Itália
Elenco: Paolo Bonacelli, Giorgio Cataldi, Umberto P. Quintavalle, Aldo Valletti, Caterina Boratto, Elsa De Giorgi, Hélène Surgère, Sonia Saviange, Giuliana Melis, Faridah Malik, Sergio Fascetti, Antonio Orlando
Sem prêmios
Importante não perder os créditos iniciais deste filme, pois neles há uma bibliografia básica que abarca nomes que vão de Roland Barthes a Simone de Beauvoir. Não sei se é um susto para o expectador, que pensa: “Como eu sou ignorante!” ou “Nossa! Biscoito fino!” ou “Já vi que não vou entender nada!” ou “Excelente! Agora já me situei no tema!” ou “Vários sabores.” ou... Talvez seja uma justificativa intelectual e ética de Pasolini para fundamentar os retalhos que compõe o filme ou a intenção de trazer à sua obra características mais científicas e intelectuais. Eu, recolhido à minha gigantesca insignificância, digo que é um segundo dos créditos em que as mãos são enfiadas nos pés. Elencar bibliografia, se não em uma monografia, em uma proposta de curso ou em trabalhos de natureza acadêmica e rigorosa soa pedante e desestimulante. Mas, fato é que isto não deve ter passado despercebido para muitos, que como eu, prestam atenção aos créditos. É isso, só um parênteses.
Apesar de muitas ressalvas, Salò me agrada. Podem chamar-me estranho. Mas, eu tento me explicar. O que agrada nesta obra de Pasolini é a proposta, o nítido experimentalismo, os recortes ilógicos acerca dos temas do fascismo, da libertinagem, da tortura. A proposta me agrada sim, mas certamente as cenas estão muitíssimo aquém do que eu chamaria de agradável. Afinal, com exceção de poucos seres humanos, não há quem ache um trabalho aproveitável ver o povo comendo bosta, porra para todo lado, um lambe-lambe qualquer coisa, tortura imbecil, etc, etc e sem nenhuma cena de banho para dar um tempinho para respirar.
Sem desconsiderar a banda que concebe que este é um filme dos mais absolutos e também sem desprezar a banda que o acha uma das merdas mais mal cagadas pelo cinema mundial, vejo este trabalho como um grande experimento. Não entendo o filme com a grandiosidade que o nome de Pasolini inspira e nem com grande importância, contribuição ou denúncia para o que quer que seja. No entanto, o aspecto estético do filme é inusitado, embora deflagre uma produção barata. E mais que estéticas e soluções técnicas, é interessante o reconhecimento que o expectador pode conseguir com os jovens prisioneiros ou com os sádicos. Estes reflexos são capazes de revelar ideias de personalidade e/ou de auto-imagem que de tão distantes ou assustadoras para o que a moral impele, podem fazer muito marmanjo mijar na calças.
Embora creia que o filme não seja nem grandioso e nem medíocre, é um trabalho que deve ser visto pelos interessados em cinema e arte em geral. Não é um filme para quem busca uma história ou delírios visuais surpreendentes. É um filme que pode trazer referências para o fazer artístico em outros temas e outras situações. Aliás, é redundante mencionar que toda a obra do cineasta é de grande valor e deve ser compreendida como referência.
Ah! Dica! Veja o filme sozinha ou sozinho, e ainda se certifique de que não será surpreendida ou surpreendido assistindo a estas imagens pelos menos elucubrados de sua família. Pega mal, entende? Falo por experiência. Podem pensar que você está compartilhando com tudo aquilo que está na tela, ou ainda pior, que é adepto de certas práticas de interação social. Isto pode deixar qualquer, marido, mãe ou uma tia encostada preocupadíssimos. Então, cautela! Certifique-se de não há mais ninguém na casa e se alguém chegar – tecle no controle discretamente e mantenha um estado de coluna, postura e respiração normais.
Leandro Antonio
Sessões
Diretor: Pier Paolo Pasolini
Ano: 1975
País: Itália
Elenco: Paolo Bonacelli, Giorgio Cataldi, Umberto P. Quintavalle, Aldo Valletti, Caterina Boratto, Elsa De Giorgi, Hélène Surgère, Sonia Saviange, Giuliana Melis, Faridah Malik, Sergio Fascetti, Antonio Orlando
Sem prêmios
Importante não perder os créditos iniciais deste filme, pois neles há uma bibliografia básica que abarca nomes que vão de Roland Barthes a Simone de Beauvoir. Não sei se é um susto para o expectador, que pensa: “Como eu sou ignorante!” ou “Nossa! Biscoito fino!” ou “Já vi que não vou entender nada!” ou “Excelente! Agora já me situei no tema!” ou “Vários sabores.” ou... Talvez seja uma justificativa intelectual e ética de Pasolini para fundamentar os retalhos que compõe o filme ou a intenção de trazer à sua obra características mais científicas e intelectuais. Eu, recolhido à minha gigantesca insignificância, digo que é um segundo dos créditos em que as mãos são enfiadas nos pés. Elencar bibliografia, se não em uma monografia, em uma proposta de curso ou em trabalhos de natureza acadêmica e rigorosa soa pedante e desestimulante. Mas, fato é que isto não deve ter passado despercebido para muitos, que como eu, prestam atenção aos créditos. É isso, só um parênteses.
Apesar de muitas ressalvas, Salò me agrada. Podem chamar-me estranho. Mas, eu tento me explicar. O que agrada nesta obra de Pasolini é a proposta, o nítido experimentalismo, os recortes ilógicos acerca dos temas do fascismo, da libertinagem, da tortura. A proposta me agrada sim, mas certamente as cenas estão muitíssimo aquém do que eu chamaria de agradável. Afinal, com exceção de poucos seres humanos, não há quem ache um trabalho aproveitável ver o povo comendo bosta, porra para todo lado, um lambe-lambe qualquer coisa, tortura imbecil, etc, etc e sem nenhuma cena de banho para dar um tempinho para respirar.
Sem desconsiderar a banda que concebe que este é um filme dos mais absolutos e também sem desprezar a banda que o acha uma das merdas mais mal cagadas pelo cinema mundial, vejo este trabalho como um grande experimento. Não entendo o filme com a grandiosidade que o nome de Pasolini inspira e nem com grande importância, contribuição ou denúncia para o que quer que seja. No entanto, o aspecto estético do filme é inusitado, embora deflagre uma produção barata. E mais que estéticas e soluções técnicas, é interessante o reconhecimento que o expectador pode conseguir com os jovens prisioneiros ou com os sádicos. Estes reflexos são capazes de revelar ideias de personalidade e/ou de auto-imagem que de tão distantes ou assustadoras para o que a moral impele, podem fazer muito marmanjo mijar na calças.
Embora creia que o filme não seja nem grandioso e nem medíocre, é um trabalho que deve ser visto pelos interessados em cinema e arte em geral. Não é um filme para quem busca uma história ou delírios visuais surpreendentes. É um filme que pode trazer referências para o fazer artístico em outros temas e outras situações. Aliás, é redundante mencionar que toda a obra do cineasta é de grande valor e deve ser compreendida como referência.
Ah! Dica! Veja o filme sozinha ou sozinho, e ainda se certifique de que não será surpreendida ou surpreendido assistindo a estas imagens pelos menos elucubrados de sua família. Pega mal, entende? Falo por experiência. Podem pensar que você está compartilhando com tudo aquilo que está na tela, ou ainda pior, que é adepto de certas práticas de interação social. Isto pode deixar qualquer, marido, mãe ou uma tia encostada preocupadíssimos. Então, cautela! Certifique-se de não há mais ninguém na casa e se alguém chegar – tecle no controle discretamente e mantenha um estado de coluna, postura e respiração normais.
Leandro Antonio
Sessões
Lê, não vi esse filme. Sua proposta de polemizar certamente foi atingida tendo em vista que é comentada até hoje como um marco no cinema. Acredito que deve haver uma boa relação com "Calígula", pelo impacto e nudez, nem tanto pela mensagem.
ResponderExcluirMas vou tentar vê-lo...
Grande post!
Vitor Stefano
Sessões
Hahaha! Acho que a banda que diz que o filme é uma porcaria o compararia com "Calígula" sim. Mas, tirando o nu, as relações não são tão óbvias. Calígula é um filme cômico e Salo não. Boa, Vitor! Hahahaha!
ResponderExcluirLeandro Antonio
aff coitado do menino essas pessoas sao muito ruim faser o bixinho comer feses apulsso
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