Bird Box


Nome Original: Bird Box
Ano: 2018
Diretor: Susanne Bier
País:EUA
Elenco: Sandra Bullock, Trevant Rhodes, John Malkovich, Sarah Poulson e Danielle Macdonald.
Sem Prêmios



Epidemia. É disso que se trata "Bird Box", novo filme da diretora dinamarquesa Susanne Bier - vencedora do Oscar de Filme Estrangeiro pelo ótimo "Em Um Mundo Melhor". Quando nos damos conta que estamos diante de um mundo pós apocalíptico, onde uma onda de suicídios acomete toda a sociedade que vê tais episódios percebemos que estamos num mundo irreal e vivemos o fim dos tempos. Sera? O suicídio é um verdadeiro surto que nos rodeia. É mais e mais constante a presença dessa realidade ao nosso redor. É a segunda maior forma de morte no mundo e num mundo tão opressivo, dinâmico e urgente faz com que essa verdade seja cada vez mais viva. Na fita percebemos que há uma força sobrenatural que gera essa onda de mortes instantâneas e súbitas, irreversível e em série. É algo tão forte, uma atração fatal. Uma beleza infindável. Uma vontade incontrolável. Um amor eterno. A morte é a certeza. É, o suicídio é assim. É um fim feliz para uma dor que não cabe mais no peito. Mas não precisa ser assim...

Ver "Bird Box" me remeteu diretamente a dois filmes: "Eu sou a Lenda" pela sua jornada de fuga e busca pela salvação e "Um Lugar Silencioso" pelo suspense da subversão de um dos sentidos - no caso era da voz. E ele cumpre bem seu papel de suspense, criando bom argumento, sendo bem direto em seu objetivo, sem enrolar com porquês. Ele prende pela sua capacidade de envolvimento com os personagens, pela empatia que criamos - principalmente pelo protagonismo de Sandra Bullock. Ela está entregue à jornada de Malorie, com belos momentos de ação, passando pelos problemas pessoais, como da não aceitação da gravidez e a busca pela salvação dela e das crianças. Há um belo elenco paralelo, com destaque para Trevant Rhodes - o eterno Black de "Moonlight" e a lenda John Malkovich. Susanne Bier é mestra em contar agruras humanas e envereda bem com o suspense e repassando bem a angustia da situação para todos que conseguem ver além da venda.



A Netflix apostou com razão nesse filme pelo sucesso do livro "Caixa de Pássaros", mas sem Bullock seria apenas mais um filme. Ela aumenta o tamanho dele - não apenas pela sua atuação, mas por conta de seu tamanho como estrela hollywoodiana. Mas o peso maior, para mim, não é exatamente a busca pela salvação de uma perseguição invísivel num mundo futuro. A verdade é que o suicídio é uma perseguição eterna, viral e dolorosa. Que "Bird Box" seja mais que apenas um bom filme de entretenimento - como será visto pela maioria. Mas quem vive com uma sombra, nunca vai ver tão raso. Quem vive preso, nunca vai ver apenas por entre os buracos da caixa que o aprisiona. Mas a verdade é que é cinema e nada mais é que sombra e luz. E a luz sempre ilumina toda sombra...

Vitor Stefano
Sessõesé

Comentários

  1. Parece que pegaram a ideia de "Um Lugar Silencioso" (que é ótimo) e deram uma requentada, mudando o perigo do som para o contato visual, com uma entidade que parece ter saído do seriado "Lost". Não há uma explicação, um motivo, uma razão. Fica no ar. Cheio de clichês e alguns furos e/ou situações improváveis (parto simultâneo, crianças com 5 anos jogadas em uma corredeira cheia de pedras e que sobrevivem sem coletes e sem arranhões, etc). Apesar de tudo, a direção de arte e fotografia são belíssimos. Há bons momentos, entretém, mas é um filme menor, com um roteiro não muito original e não bem amarrado.

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