Lady Bird - A Hora de Voar



Nome Original: Lady Bird
Ano: 2017
Diretor: Greta Gerwin
País:EUA
Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf,  Timothée Chalamet, Tracy Letts e Lucas Hedges
Prêmios: Globo de Ouro de Melhor Comédia ou Musical e Melhor Atriz de Comédia/Musical (Ronan).


Arrisque-se. Rebele-se. Coloque-se no mundo. Dê sua opinião, sem medo, sem receio. Nem que sua fala e sua ação magoe outro. Seja verdadeiro, real, inteiro, intenso. A juventude é o momento onde tudo parece para sempre e que não há voltas. Talvez não haja volta possível em nada, em nenhuma decisão e o tesão juvenil nos faz, por vezes, ir sem medo. Voar um voo sem volta, sem pensar nas consequências, sem olhar pra trás. Ir além, sem olhar a quem. Ver o outro como exemplo ou como capacho. Não importa, o outro é outro, você é quem importa. O egoísmo, o amor, os amores... Nascemos para viver longe de jaulas, saindo das caixas, voando por céus de brigadeiro ou de trovoadas. Mas viver e não ter vergonha. Não ter vergonha de tentar ser feliz. Mas o que é ser feliz? Pra uns é ser livre. Pra outro é ter. E para outros é ver os outros menos felizes. Cada um faz suas escolhas. Eu escolho cantar em voz alta “Crash Into Me” e foda-se o carinha do carro ao lado que pensa que sou louco, se incomoda a velhinha no metrô ou a colega do meu lado no trabalho. Foda-se! Canto alto, berrando, esgoelado pensando em beijar seus lábios. Que me libertei das algemas. Que quero você levantando mais um pouco sua saia. Que te persigo nos sonhos. Que vivo o sonho de garoto e enlouqueço Que você me destrói.

Voltei à terra. “Lady Bird” é desses filmes disruptivos. Faz sonhar. Faz ver como ser jovem é ser real. Sem medo. Sem receio. Sem filtros. Como a vida toda deveria ser. É comédia, drama. É vida de jovem e relação com a mãe. É vida real com uma atuação linda de Saoirse Ronan e da mãe Laurie Metcalf. É uma estréia de gala da sensacional Greta Gerwin como diretora. Tem um quê de indie, um quê de piegas, um quê de verdade. Um quê de sonho que todos tem. Voar. Ser alguém que não se é. Ser alguém que quer ser. Ser. É desses filmes que lavam a alma, incentivam a pensar e a viver. Um lindo filme. E ouvir “Crash Into Me” colocado de forma cirúrgica me faz ir ao céu e não querer voltar.


Voei.

Vitor Stefano
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