Roma



Nome original: Roma
Ano: 2018
Diretor: Alfonso Cuarón
País: México e EUA
Elenco: Yalitza Aparício, Marina de Tavira, Diego Autre e Verónica Garcia.
Prêmios: Leão de Ouro no Festival de Veneza.

Cleo. Ela está em todos ambientes. Limpando, arrumando, cozinhando, servindo, levando as crianças, segurando o cachorro, sentando no sofá, contando história ou abraçando as crianças. Uma família grande no meio da Cidade do México. Os pais e quatro filhos, uma avó e as empregadas que vivem como da família. Sim, como da família mas são empregadas. O casamento não vai nada bem, mas nada é dito diretamente. Quando o pai sai de casa para uma suposta convenção, a casa das mulheres acaba por aparecer. As empregadas saem para curtir. A mãe começa a entender sua situação. A avó quer manter as aparências. As crianças... são crianças. Cleo, engravida. O pai foge. Mais um peso. Mais um. E o que era apenas um filme lindo visivelmente, onde o seu branco e preto nos coloca nos anos 70 e vemos o cuidado de cada cena se torna “Roma”. Entramos, despretensiosamente, na vida de Cleo, na rotina daquela casa. E vemos a força que vem da mulher. Em certo momento um desabafo nos vomita uma verdade: nós mulheres sempre acabamos sozinhas.


 E “Roma” é o mais belo filme do ano. Não há nada mais belo visivelmente. O trabalho de fotografia é impecável. Há um outro aspecto que é incrível. Todas cenas tem mais de uma ação ocorrendo simultaneamente e a sincronia disso é de brilhar os olhos. As atuações são belas mas não são os pontos centrais, pois tudo é muito natural, todos ali parecem estar apenas vivendo. O centro de “Roma” é a sua beleza visual, a delicadeza do seu roteiro que cresce a cada minuto e quão impecável é tecnicamente. Há também um ponto importante que mostra as camadas sociais existentes no México. A dualidade da burguesia da família e da plebe de Cleo. Vemos uma escalada da angústia a cada cena. E Cleo se torna um pilar onde todos se apoiam. Todos dependem dela. E ela precisa ficar de pé. “Roma” é lindo. “Roma” é cinema de qualidade. Cuarón fez mais um dos seus filmes. O melhor do ano, um dos melhores da década, uma obra prima...

Vitor Stefano
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