Cuba e o Cameraman



Nome original: Cuba and the Cameraman
Diretor: Jon Alpert
Ano: 2017
País: EUA
Elenco: Jon Alpert, Fidel Castro e cubanos.
Sem Prêmios




Vai pra Cuba! E foi isso que o cameraman do nome do filme fez. O diretor e jornalista Jon Alpert durante 45 anos entre idas e vindas a ilha cubana conseguiu seguir 3 famílias e suas mudanças durante esse período. Involuntariamente ele conseguiu fazer um estudo da realidade do povo, relato das mudanças do regime socialista e criação de afeto aos amigos que criou nas idas e vindas. São três famílias e a própria vida de Jon que vemos relatada em viagens com sua câmera a tiracolo. Um documentário que mostra a vida e mostra quem está atrás da câmera. Uma ideia incrível e um resultado interessante.

Na primeira visita relatada o equipamento de Jon era carregado num carrinho de bebê e no auge das tensões entre Cuba e EUA. Por acasos que a vida causa ele com toda aquela parafernália foi notado por ninguém mais que o comandante, Fidel Castro. Ele nem poderia estar lá, mas foi recepcionado por um homem cativante e carinhoso. Uma imagem que não se imagina de uma figura como Fidel. Não estou falando do utópico ou do salvador, do ditador nem do comandante. Estou falando do que vemos na tela. E os reencontros são cada vez mais interessantes tendo seu auge na ida de Fidel à cidade de Jon para falar sobre a paz mundial no seu histórico discurso na ONU. Jon e Fidel. Jon e as famílias, suas agruras e ternuras.


O documentário mostra como Cuba não mudou em 45 anos, algumas vezes com mais fartura nas geladeiras, algumas sem nem rum para beber, outras com roubo de gado pra comer, outras com o crescimento do mercado negro, outros com a fuga para os EUA, outras com turistas saindo pelo ladrão e outras com a morte. Dessa ninguém foge. E a carreata da morte de Fidel acompanhada por um mar de celulares e chorada por crianças com boné da Coca-Cola. Não se trata de gostar ou odiar o socialismo, apenas de vermos um país que pouco conhecemos, que muito se fala através do relato de seus educados e carinhosos moradores e de um cameraman sortudo.

Sé que voy a morir, lo que no sé es la fecha...

Vitor Stefano
Sessões

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