12 Anos de Escravidão




Nome Original: 12 Years a Slave.
Ano: 2013.
Diretor: Steve McQueen.
País: EUA e Reino Unido.
Elenco: Chiwetel Ejiofor, Quvenzhané Wallis, Lupita Nyong’o, Paul Giamatti, Paul Dano, Michael Fassbender e Brad Pitt.
Prêmios: Oscar, Globo de Ouro, Bafta e AFI Awards de Melhor Filme e Melhor Ator Principal (Ejiofor), Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Lupita) e de Melhor Roteiro Adaptado.

12 Anos de Escravidão (2013) on IMDb
 

Quem viu “Hunger” ficou chocado. Quem viu “Shame” ficou impactado. Quem viu “12 Anos de Escravidão” está anestesiado.  McQueen conseguiu mais uma vez. Com outro formato, com outra abordagem, com outra estética, mas se fez ouvir novamente. Filmes de escravidão e da causa negra existem aos montes, mas quase sempre estereotipados, visão parcial ou mesmo sem função.  Há histórias que já ouvimos e outras que nem sabíamos que existia. Um homem livre sequestrado e levado à condição de escravidão. Como alguém poderia fazer isso? Da mesma forma como ainda hoje pegam alguém e o acorrentam no poste. A barbárie ainda é a mesma. A história nunca mais será tão dolorosa e horrorosa.

Solomon Northup, um homem distinto, família formada, casa montada e violinista de mão cheia. Um homem da sociedade. Um fato chama atenção. Estamos em 1853. Solomon, negro livre do Estado de Nova Iorque. Sua distinção chama tanta atenção que é convidado a se apresentar num circo. Acorda acorrentado numa masmorra. Como choque de realidade uma palmatória e muitas pancadas nas costas marcam a sua pele. Sangra. Clama ser homem livre. Por isso é açoitado ainda mais. E isso não para. Entre trocas e cessões, Solomon passa por diversas casas grandes, alguns com mestres compadecidos e outros sanguinários. Ao seu redor escravos vivendo como escravos, inclusive sexuais. Todos seus mestres sabem de suas qualidades e distinção, o que torna ainda mais difícil de enganá-los, mas não devem podem se livrar dele. Um negro valioso. Uma carne valiosa, mesmo que arrancada a chicotadas. 


Michael Fassbender, queridinho de McQueen mais uma vez está impecável como o sanguinário e aloucado escravagista Epps. Lupita Nyong’o como Patsey, escrava protegida e reprimida de Epps, está impressionante. Ejiofor (Solomon) representa o horror por sua expressão. Maravilhoso. Mas nada seria tão bom se não fosse um ótimo roteiro de uma das passagens mais tenebrosas da história que precisava ser relatada. E não seria tão triste não fosse o olhar de Steve McQueen, certamente um dos melhores diretores da atualidade, corajoso, ousado e inteligente. Um negro como Solomon. Solomon está em todo negro. Solomon está no topo de toda sociedade . Solomon é exemplo. Solomon vive. Viva McQueen.

Vitor Stefano
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