Um Contratempo


Nome Original: Contratiempo
Diretor: Pablo Oriol
Ano: 2016
País: Espanha
Elenco: Mario Casas, Ana Wagener, Jose Coronado, Bárbara Lennie e Francesc Orella.
Sem Prêmios.



Plot Twist é o termo usado no cinema para uma reviravolta no roteiro do filme. Uma história construída que nos leva a crer em uma hipótese e de repente vemos que estávamos indo pelo caminho errado é um dos elementos que mais me fascinam no cinema. É a certeza que entramos no filme, compramos uma ideia, idealizamos um desfecho, abraçamos a coerência do sentimento e do nada somos arrebatados pelas costas. É por isso que o cinema é apaixonante, por histórias surpreendentes, que nos fazem pensar, que nos fazem ver e rever filmes, que me faz conversar e escrever sobre. E se há um filme recente que sabe usar uma porção de plot twist com muita qualidade e timing esse filme é o espanhol “Um Contratempo”.

A vida de Adrian é um mar de rosas. Uma mulher linda, uma filha pequena, o maior empreendedor jovem da Espanha. Fama e amor. E ainda com uma bela amante. Mas uma mentira pode fazer desmoronar esse castelo de cartas chamado vida. Numa das escapadas para passar um tempo junto, um acidente, um morto. Mas não é por isso que Adrian e uma advogada estarão enclausurados por três horas buscando uma defesa que convença p juro que ele é inocente. A morta em questão é sua amante. E nesse apartamento onde só estão os dois os passos são reconstruídos por diversas vezes, por diversos ângulos, buscando a bala de prata para o júri. Tudo leva a crer que ele a matou. Mas ela é das melhores preparadoras de julgamentos existentes. Dois crimes. Dois animais. Dois negociadores. Dois famintos por estar no poder e controle. Uma noite conturbada. Muitas possibilidades, mas apenas a verdade serve. A mentira é uma ferramenta útil, mas fatal.


Pablo Oriol fez um filme daqueles inesquecíveis. Daqueles que acaba e você não sai dele. Daqueles que você começa a repensar os caminhos possíveis, identificar as atitudes e plausibilidade dos fatos. É deveras verborrágico, mas é que o filme tenta e é muito sagaz. As atuações são incríveis, demonstrando força, medo, astúcia e vulnerabilidade, dependendo do momento que estamos vendo na tela. Não posso falar muito mais. Posso apenas recomendar que vejam. É um tiro! É uma bala. Mentir, nunca mais. Até a próxima...

Vitor Stefano
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