Nada a Perder - Parte 1


Nome Original: Nada a Perder – Parte 1
Diretor: Alexandre Avancini
Ano: 2017
País: Brasil
Elenco: Petrônio Gontijo, Day Mesquita, Beth Goulart, Giovanna Chaves e André Gonçalves.
Sem Prêmio – Maior Bilheteria do Cinema Brasileiro


Cinebiografias são cada vez mais comuns no Brasil. Um movimento interessante no caminho de manter a história e personagens nacionais de forma definitiva e marcante que apenas o cinema pode fazer. Vemos uma grande leva desse gênero nos últimos anos e é excelente que usem o audiovisual para marcar para sempre figuras que fazem e fizeram diferença para o país. E seguindo essa mesma lógica vemos “Nada a Perder”, que nada mais é do que a história do pastor Edir Macedo, fundador de uma das maiores igrejas neopentecostais do mundo, a Universal do Reino de Deus e proprietário da segunda maior rede de televisão do país, a TV Record. 

O filme realizado e dirigido por Alexandre Avancini retrata a história desde o nascimento até a soltura de Edir do presídio. Sim, no final já há a informação que teremos a Parte 2. Mas como biografia espera-se um contraponto. O filme é praticamente a beatificação do personagem, como era esperado. A fita, realizada pela própria Record é uma clara propaganda do “criador”. É uma sequência de momentos piegas e melodramáticos, com uma trilha sonora pesada e ruim. Há apenas três pontos que merecem atenção e elogios. Petrônio Gontijo no papel central está muito bem tanto na caracterização quanto na exaltação da aura que permeia Edir. A direção de arte recria a década de 80 de forma incrível. O terceiro ponto positivo é parte da história de como uma pessoa consegue liderar uma mudança de perfil de uma sociedade. Claro que sozinho não se consegue nada, mas Edir é realmente um homem determinado - cristãos dirão abençoado. Liderar uma revolução num país absurdamente católico, com corporações conectadas entre o reacionário e a força governamental, com conchavos e contratos que não são claros nem transparentes é digno de curiosidade e gera interesse. A compra da Rede Record foi o ponto de mudança e da expansão de sua missão de vida: pregar para a maior quantidade de pessoas possíveis, inclusive além mar.


“Nada a Perder - Parte 1” será idolatrado pelos seguidores da Igreja Universal e odiado por quem não é. Mas aqui não entro no juízo de valores de religiões ou da ausência da crença, mas cinematograficamente é um filme fraco exceto pelos pontos citados acima. Uma história tão grande de um homem tão importante não poderia ser apenas um panfleto. Poderia ser uma história para sempre, para todo mundo, não apenas para quem o ama. Agora é aguardar as partes 2 e 3, se ainda houver interesse e vontade...

Vitor Stefano
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