The Propaganda Game
Ano: 2015
Diretor:Alvaro Longoria
País: Espanha
Prêmios: Melhor Documentário no Cinema Writers Circle Awards
Neste aspecto o documentário de Alvaro Longoria (Um
quarto em Roma, Zona do Crime e Che: o argentino) traz algo de positivo.
A Coréia do Norte
chama atenção. A política de demonstração de poderio militar através dos
desfiles das forças armadas, a ideia de endeusamento de um único líder, a falta
de comunicação com o mundo externo, o fato de ser o único regime autoproclamado
comunista do mundo e etc. são detalhes que por si só atraem os curiosos para
aquela região do globo.
Longoria, inova ao entrevistar o povo norte coreano em seu dia
a dia contando para isso com o auxílio do Delegado Especial da Coreia do Norte
para Relações Culturais com Países Estrangeiros, Alejandro Cao, um espanhol que
ocupa um posto elevado na hierarquia do regime e que desde a adolescência emigrou
para realizar o seu sonho de integrar-se ao exército comunista. Alejandro Cao
desempenha papel central no documentário foi com ele que o diretor se articulou para realizar o documentário.
O povo aparece em entrevistas banais sobre como é viver na
Coréia do Norte, sobre a existência de outras religiões sob o regime, sobre o ódio
mortal aos Estados Unidos e sobre o amor incondicional ao “Sol Supremo”, o líder máximo da nação, Kim
Jong Un.
Um relato particularmente diferente foi o de um jovem que ao
ser perguntado sobre qual era o seu sonho, respondeu que era terminar a
universidade de “motorista do metro” e servir ao líder como motorista de metro.
Além disso, muito comum nas falas do povo norte-coreano a ideia de que a coreia
do norte é tão maravilhosa que não tem nem como descrever. É preciso ir lá pra
conferir. O problema é que só se pode conhecer o país acompanhado por oficiais
do governo.
Não se vê pobreza nem miséria no documentário de Alvaro
Longoria, os tempos difíceis ficaram para trás quando o povo norte coreano foi
humilhado pelas potências imperialistas (Japão e EUA). Pyongyang é uma capital
limpíssima, calma, bonita, mas que transmite certa sensação de tristeza.
Obviamente, o documentário dá espaço à outras vozes como a de jornalistas e militantes dos direitos humanos todos com muitas críticas ao regime.
O ponto positivo do Propaganda Game é que ele mostra o que
outros documentários não puderam até hoje mostrar: o povo, e de certa forma
contribuí para jogar por terra algumas noticias que chegam até nós totalmente
truncadas como a de que todos os jovens deveriam ter o mesmo corte de cabelo de
Kim Jong Un; o ponto negativo é que os relatos daqueles entrevistados são
sempre acompanhados por oficiais do partido o que põe em xeque toda a sua
autenticidade bem como mostra um doutrinamento propagandístico que conforma o
indivíduo desde a infância.
Fernando Moreira
Sessões
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