Creed: Nascido para Lutar


Nome Original: Creed
Ano: 2015
Diretor: Ryan Coogler
País: EUA
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson e Phylicia Rashad.
Prêmios: Globo de Ouro de Melhor Ator Coajuvante (Stallone).
Creed: Nascido para Lutar (2015) on IMDb



Pela sétima vez vemos o mesmo personagem na tela. Sim, pode ser cansativo ter uma franquia que perdure tanto tempo, ainda mais com um personagem perceptivelmente limitado e que se repete sempre. Bom, talvez você já estivesse cansado de ver Rocky Balboa na telona, mas “Creed” nos faz repensar esse pré-conceito ao ver o famoso personagem criado por Sylvester Stallone pela primeira vez não está no nome do filme e está fora dos ringues. E o grande trunfo do filme é se apegar às referências, ter certa nostalgia, mas olha para o futuro. Depois do primeiro – pelo apelo histórico e marco - é o melhor filme da franquia.

Partimos de Adonis, um jovem que aparentemente adora uma confusão e não tem jeito. Sua vida é brigar, lutar. Há um leão preso dentro dele, mas sua mãe adotiva evita deixar que ele siga os passos do pai, o famoso Apolo Creed, morto no ringue. Mas está no sangue. Está na vida. Apolo foi o maior adversário de Rocky, mas eram grandes amigos fora das cordas. E quem Adonis procurará para treiná-lo? Sim, Balboa! Após certa titubeada, Rocky faz mais que o papel de treinador, vira conselheiro, amigo e pai de Adonis. E nessa relação que esta a magia do filme. Claro, as cenas das lutas são muito bem feitas e geram toda ação no filme, mas é apenas pano de fundo para as relações humanas.


Stallone tem um biótipo incomum e limitador. Nunca foi (nem será) grande ator, mas é uma lenda que criou e viveu personagens que estão e estarão sempre na história do cinema, como Rocky e Rambo. Houve uma grande expectativa para que nesse ano ele fosse laureado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por este filme. Ele chegou a ganhar outros prêmios importantes na temporada, mas acabou ficando sem o careca dourado. Caso tivesse ganho, teria sido mesmo por seu carisma e esse apelo emotivo. Mark Rylance, o vencedor por “A Ponte dos Espiões” foi merecidamente o vencedor dessa categoria por uma atuação impressionante, que ofuscou até Tom Hanks. Mas isso não é demérito, pois Sly ele está na sua melhor performance da carreira num filme excelente sobre boxe e relações. O promissor diretor Ryan Coogler (que repete a parceria com Jordam no ótimo “Fruitvalle Station: A Última Parada”), conseguiu extrair o que havia de melhor na franquia, dando o papel principal para o também promissor Michael B. Jordan, e explorando Sylvester Stallone de forma mais introspectiva. A idade chega para todos e um ídolo da adolescência de muitos está envelhecendo – e que ainda dure muito e evoluindo.

Vitor Stefano
Sessões

Comentários

  1. O elenco eu acho muito bom! Uma acertada escolha que traz peso dramático ao personagem de Sylvester Stallone (muito talentoso, muito em breve vai estrear o filme Fahrenheit 451), que não desperdiça a oportunidade e faz aqui uma interpretação memorável. Assim como Michael B. Jordan consegue passar a veracidade exigida para o seu Adonis, sempre muito conectado e lembrando em alguns andamentos os trejeitos de Carl Weathers. A fita também abre espaço para Tessa Thompson, onde faz uma figura que por sua vez enfrenta uma triste realidade que a cada dia parece mais próxima. Creed é um filme que consegue homenagear respeitosamente a obra de 76, apresentando personagens profundos e dando uma despedida digna a um dos maiores personagens do cinema.

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