Ponte dos Espiões


Nome Original: Bridge of Spies
Ano: 2015
Diretor: Steven Spielberg
País: EUA
Elenco: Mark Rylance, Tom Hanks, Domenick Lombardozzi, Victor Verhaeghe e Alan Alda.
Prêmios: Oscar e Bafta de Melhor Ator Coadjuvante (Rylance).
Ponte dos Espiões (2015) on IMDb



A Guerra Fria já foi exaustivamente tratada na história do cinema e agora, mais de 30 anos após seu término, Steven Spielberg e seu “Ponte dos Espiões” retoma essa temática. É bem verdade que Spielberg parece ter parado no tempo e não tem sido ousado em suas escolhas nos últimos anos – apesar de tecnicamente seus filmes serem sempre excelentes. Sim, ele fez filmes legais nos últimos anos, como “Super 8”, mas que deixam apenas aquela impressão de mais do mesmo. Ao ver um novo filme seu e novamente com Tom Hanks, nos remete naturalmente aos anos 90/2000. Com todos esses ingredientes, poderíamos apenas esperar mais um filme morno vindo de Spielberg. Sim, é morno, mas não insosso. É um filme que foge da pirotecnia de filmes de guerra e é preciso como filme de drama – e entretenimento.

A história de James Donovan é espetacular. Um advogado especializado em seguros é convocado pelos sócios a atender uma solicitação da CIA para defender um suposto espião britânico que trabalharia para os soviéticos que fora capturado. Entre a dúvida e seu respeito à profissão e papel que exerce na sociedade, James passa a defender o espião, de forma isenta, direta e intensa. O mundo e as partes da Guerra viviam momento tenso e Donovan está no meio do tiroteio ao defender um “inimigo”. Se um espião americano fosse capturado pelos soviéticos, o que aconteceria? A justiça deve ser feita e todos tem direito a defesa. Entre o drama e o julgamento, há pitadas de humor, principalmente no envolvimento entre os dois – que dá certa leveza ao filme.


Tom Hanks sempre faz grandes papéis e nem está em jornada tão inspirada, mas é Mark Rylance que dá um show como espião (e por falar em justiça, merecido Oscar de Melhor Ator Coajuvante, desbancando o favorito Sylvester Stallone por “Creed: Nascido para Lutar”). Um trabalho impactante num papel pequeno, e que cresce à medida que a trama desenvolve. O trabalho de arte, ambientação e locações são um prato cheio de qualidade. A direção de Spielberg é precisa e correta, mas como já disse, sem invenções. Um bom e velho cinema de entretenimento, com um pé nos filmes de julgamento e outro nos filmes de guerra. É um filme de grande qualidade e que poderia ser mais, bem mais, pela força de sua história, pelos roteiristas (colaboração dos Irmãos Coen), pelo diretor e por Hanks.

Vitor Stefano
Sessões

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