Gravidade
Nome Original: Gravity
Ano: 2013.
Diretor: Alfonso Cuarón.
País: EUA.
Elenco: Sandra Bullock e George Clooney.
Prêmios: Oscar de Melhor Fotografia, Direção, Edição, Trilha Sonora, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Especiais, Globo de Ouro de Melhor Diretor, Melhor Atriz do Ano no Hollywood Film Festival.
Falta oxigênio. Falta. De perder o fôlego. De perder o chão.
De angustiar. De temer a morte. De dar vertigem. De sufocar por tanta falta de
ar. De flutuar. De perder os sentidos de tão lindo que o é de lá de cima. Falta
chão. Falta tudo. É sufocante. É sufocante. Nunca me senti assim. Nunca me
sentirei assim novamente. A primeira vez é inesquecível. A primeira vez pode
ser a última. Não sei mais se estou sentindo algo. Não dá para sentir nada.
Estou no espaço sideral. Sozinho. Isolado. Sem ar. Sem esperança. Sem... Só
sinto a beleza que é essa vista. Só sinto isso. E só isso pode me salvar.
Não me importa o quão melodramático um filme precisa ser
para fazer parte do rol de filmes hollywoodianos, em “Gravidade” o que
realmente impacta é o mundo criado. Quem sou eu para saber como é estar por lá,
mas é certamente a melhor imersão nesse mundo desconhecido. Ok, não há como
comparar com “2001 – Uma Odisséia no Espaço” do gênio Kubrick, pois além da
estética inovadora para a época, tem as bases filosóficas profundas que aqui ficam
rasas (se é que ficam). Mas a modernidade chegou e Alfonso Cuarón montou o
melhor filme usando 3D da história (não venham me falar de “Avatar”). Os
maravilhosos planos-seqüência onde acompanhamos os 2 tripulantes nos dão essa
sensação de estar lá, de ser o personagem. Claro que há muita ficção e não
temos nenhum conhecimento da parte técnica aeroespacial, mas a verdade é que
para leigos (99% da população mundial) beira a perfeição. E não é apenas o que
vemos, o que nos joga para dentro da telona é o som. Que perfeição. Que
sensação incrível.
Estão falando muito de Sandra Bullock e George Clooney como
favoritos ao Oscar. Não sei. Podia ser qualquer ator, até porque parece, mas
não estamos num jogo de vídeo game. Claro que o roteiro fica em segundo plano,
com o apelo do cinema norte-americano, mas não chega a ser piegas. Nesse
sentido é incomparável com “2001” e até mesmo com o recente “Lunar”, mas não
compromete em nada a idealização da estratosfera. Cuarón já me agrada desde “E
Sua Mãe Também”, mas quando trouxe a ficção-drama-humano “Filhos da Esperança”
sabia onde estava pisando e se colocando num patamar diferenciado. Parece que a
imaginação desses mexicanos vai além do que os outros seres humanos podem ir.
Se “Gravidade” não é perfeito, é porque ele também é humano.
São viagens como essas que me encantam e fazem gostar cada
dia mais de cinema. Não perca a chance de ver no cinema em 3D.
Vitor Stefano
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