Therese D.
Nome Original: Thérèse Desqueyroux
Diretor Claude Miller
Ano: 2012
País: França
Elenco: Audrey Tatou, Giles Lellouche, Anaïs Demoustier, Stanley Weber e Catherine Arditi.
Sem Prêmios.
Passamos pela infância com sonhos e projetos. Uma casa, um
casamento, um carro, liberdade. Quando atingimos a maturidade, a vida perde
cor, as vontades são contidas, a vida é condicionada. Ao marido, ao filho, ao
dinheiro. Os sonhos ficaram apenas para o período compreendido entre a meia
noite e seis da manhã. A vida não pode mais ser vivida por um ideal, uma
ideologia, um foco. Tudo mudou. O seu olhar mudou (ou vai mudar). Suas forças
concentram-se num processo sanguessuga e quase irreversível. Sua pele muda, seu
corpo definha, as ideias são podadas. Fazer o que tem vontade? Utopia. O fundo
do poço parece apenas um alvo de pedrinhas quando crianças. Quando crescemos
sabemos que estamos mais perto do que imaginamos. Seria vergonha de ser feliz?
Não, essa busca é absolutamente justa, mas injusto é pensar que chegará lá.
Tudo é possível, exceto sorrir. Mas nos erros acertamos. Nas infelicidades
crescemos. Na adversidade agimos. No desespero pensamos. Somos condicionados a
buscar sempre o inexistente. Thérèse Desqueyroux sofreu e morreu muitas vezes,
mas o que realmente pode ficar é o seu leve e quase imperceptível sorriso. Uma
beleza triste de se ver. Mais real que a irrealidade da vida.
Vitor Stefano
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