Sibyl

 


Sibyl é o caos. Uma personagem que flerta com extremos a todo momento e que eleva a suas decisões a uma categoria extra classe. Sybil manipula, tergiversa, flerta, provoca, relembra, engatilha, desdenha, quebra. Tudo por seu desejo de reparar ou reescrever a própria história.

Mas quem somos nós pra julga-la? Uma terapeuta que vê em Margot, uma atriz, um espelho. A paciente está vivendo uma dúvida profunda e o desespero lhe bate à porta. Sibyl é a busca única, o porto. Mas Sibyl está mais interessada em escrever seu romance. Teria muita Margot nele? Essa relação paciente-psicólogo torna-se um verdadeiro trampolim pra uma reviravolta. Seja um olhar melancólico e atrevido ao passado. Seja pra uma realidade modorrenta do presente. Sibyl está diante de um set de cinema. Uma atriz em crise. Uma diretora a beira do ataque de nervos. Um homem galã que causou todo esse rebosteio. 

Sibyl se propõe caótico desde o minuto 0. E ele o faz com categoria. Justine Trier apresenta essa protagonista que leva o nome do filme de um jeito único. Bi, tri, tetradimensional. É jnscrivel esse caleidoscópio de Sibyls. Porém há um tom incômodo no andamento desse roteiro e de alguns personagens. Toda aura está lá mas decisões facilitam de forma quase cômica o andamento dos pesados dramas vividos por Sibyl e Margot. Entendo a lógica de que a protagonista está escrevendo seu romance, sua vida… mas é quase infantil e totalmente forçado aonde ela se põe. 

De toda forma é belíssimo. Tem uma tensão, um tesão, super caliente. Tem visual belo. Atuações lindas da Adele e Virgínia. Huller está bem mas com ares caricatos que atrapalham a personagem. Talvez seja Sibyl aquele menino que se tranca na lavanderia. Talvez ela precise. Quem não precisa, não é verdade? Mas talvez seja ela que precise mergulhar e nadar muitos quilômetros pra cantar bebada num palco. Nunca saberemos. São muitas Sibyls, não é?

#sibyl #justinetriet 


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