A Garota Dinamarquesa


Nome Original: The Danish Girl
Diretor: Tom Hooper
Ano: 2015
País: Reino Unido, EUA, Alemanha, Dinamarca e Bélgica
Elenco: Eddie Redmayne e Alicia Vikander
Prêmios: Oscar e Screen Actors Guild Awards de Melhor Atriz Coadjuvante (Vikander).


Ser. Essa é a única escolha que podemos ter de nós mesmos. Ter a certeza de quem és, de olhar no espelho e se reconhecer. De olhar ao redor e se enxergar, se entender, saber o seu lugar no mundo. A vida é uma escolha, viver é uma escolha, como viver é uma escolha. Quando seu corpo não é sua casa, a escolha torna-se impossível. O mundo não faz sentido, nada faz. Impossível ser sem saber quem és. Não ser é a pior das escolhas. Ser...

Ver a história de Lili Elbe na tela é a prova de que ser é tão difícil. Ser uma mulher num corpo de homem é, talvez, a mais difícil forma de viver. Década de 20. Einar e Gerda eram um casal feliz, artistas, bonitos, progressistas numa Copenhague bela e provinciana. A partir do momento em que Gerda pede para Einar se vestir de mulher para posar e desenha-lo, desperta um interesse, uma curiosidade, desperta um novo ser dentro do fabuloso pintor Einar Wegener. Em detalhes, em gestos, em roupas, em olhares vemos o despertar de Lili dentro daquele corpo, sempre acompanhado dos medos, desconfiança e parceria da esposa Gerda. Uma garota que quer sair do corpo. Uma mulher que quer ajudar o marido a tirar essa outra mulher de dentro. São duas garotas dinamarquesas fabulosas. As escolhas. As vontades. As curiosidades. A vida é complexa demais. Ser é complexo demais.



O que são Eddie Redmayne e Alicia Vikander. Ele, vencedor do Oscar por "A Teoria de Tudo", faz um jogo de olhares, movimentos de mão que nos catapultas para dentro do corpo do homem que é uma mulher, nessa complexa mudança, aceitação e nova vida. E Alicia nos coloca no papel de esposa rejeitada, amorosa, compreensiva e confusa. São duas atuações tão complexas, tão profundas que nos fazem amar o filme. São grandes atores. Tom Hooper faz, visualmente, um filme deslumbrante com uma direção de arte impecável e com locações que parecem pinturas dos artistas. É típico do diretor que já fez filmes como “O Discurso do Rei” e “Os Miseráveis”. Em, “A Garota Dinamarquesa”, ele segura a complexidade do que vemos com a sutileza que o tema não precisaria ter. É um filme belíssimo, mas não discute profundamente o tema da troca de gênero, apenas sabemos que ela é uma das primeiras que tentou e conseguiu, corajosamente, mudar de sexo cirurgicamente. É um filme lindo, mas certamente a história que realmente aconteceu, poderia ser mais impactante, mais ousado e mais profundo, mas não deixa de ser dolorido. Viver realmente não é fácil, mas é preciso coragem para viver e ser quem és.


Lilie e Gerda são corajosas e marcantes. Que mulheres incríveis...

Nota: 7,5

Vitor Stefano
Sessões

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