O Jogo da Imitação
Nome Original: The Imitation Game
Ano: 2014
Diretor: Morten Tyldum
País: Reino Unido / EUA
Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode e Rory Kinnear.
Prêmios: Filme do ano do AFI Awards.
Todas guerras tem pequenas histórias escondidas, mas a
dimensão da 2ª Grande Guerra ainda nos guarda histórias inesperadas,
impensáveis e inesquecíveis. Graças à sua dimensão, ainda hoje, 70 anos após
seu termino, ainda surgem personagens que mudaram o rumo de muitas vidas. Alan
Turing é o herói de “O Jogo da Imitação”. Não pense em herói de guerra com
bombas explodindo, salvando colegas de tiros de canhão ou sobrevivendo ao frio
e fome. Alan Turing é matemático e quem diria, a matemática salvou a vida de
milhares de pessoas. Através de um desafio, como as palavras cruzadas. Turing é
um gênio escondido em escombros, na confidencialidade dos seus atos e do preconceito.
Mas Turing morreu condenado. Em 2013 a Rainha Elisabeth concedeu o perdeu ao
herói, 59 anos após sua morte. Ele foi preso e condenado por ser homossexual.
O filme se habita entre o período de adolescência de Alan e
o pós guerra, mas não de forma linear. Ele era um jovem “diferente”, como foi
definido. Introvertido e com grande facilidade para decifrar enigmas, falar
coisas simples de formas diferentes que o fizeram engrenar para a matemática.
Para os códigos e enigmas. Já adulto, com a guerra em andamento e com uma personalidade
forte e por vezes arrogante vai à entrevista do Exercito se candidatar a uma
vaga para a estratégia. A inteligência do Exército interceptava sinais e
códigos nazistas, mas não conseguia decifrar as mensagens. A máquina alemã
Enigma era o que havia de mais moderno na época e uma grande equipe é formada
para decifrar. Entre “loucuras” e genialidade Alan com sua equipe e suas
teorias constrói uma máquina para decifrar outra máquina. Sem muito
aprofundamento, vemos suas teorias tomarem forma e funcionarem como em mágica.
Entre espera para decifrar o Enigma, suas convicções sexuais surgem como
dúvidas, como medo e como alerta. Já no pós guerra, Alan se vê só e confuso.
Ser homossexual nos anos 50 na Inglaterra era considerado crime e a sentença
era prisão ou tratamento hormonal, que foi a sua escolha, inclusive com a
castração química.
“O Jogo da Imitação” é um filme absolutamente correto. O
diretor desconhecido Morten Tyldum conseguiu construir a história do herói
renegado de forma simples, singela e sem ser piegas. Benedict Cumberbatch está
muito bem e intenso como deveria ser Alan. Keira Knightley é uma atriz que nem
sempre faz coisas boas e nem sempre me agrada, mas aqui está muito bem. Junto a “A
Teoria de Tudo” representam a Inglaterra de forma competente no Oscar e marcam
a história com cinebiografias de dois personagens icônicos. Inclusive Stephen
Hawkin pressionou a Rainha Elizabeth a reconhecer o perdão a Alan Turing.
Gênios se reconhecem. Gênios mudam o curso da vida e do planeta. “O Jogo da
Imitação” é um belo filme.
Vitor Stefano
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