Menos que Nada


Nome Original: Menos que Nada
Diretor: Carlos Gerbase
Ano: 2012
País: Brasil
Elenco: Felipe Kannenberg, Branca Messina, Rosanne Mulholland, Maria Manoella, Carla Cassapo, Roberto Oliveira e Artur José Pinto.
Sem Prêmios.

Menos que nada (2012) on IMDb

A história de Dante é pacata, bem tranquila, por vezes até sem graça. Mas algo não está certo. O vemos depois de um tempo num hospital psiquiátrico aos cuidados de uma médica em residência que busca nele seu estudo de conclusão de curso. Vê que atrás da esquizofrenia de Dante pode haver algo maior, algo obscuro no passado dele. A partir daí, a Dra. Paula vai atrás de pessoas que tiveram alguma ligação com esse paciente sem melhoras. Vemos entrevistas com a ex-professora, com a namorada da infância, com uma arqueóloga e com seu pai. Entre as entrevistas temos revelações, idas e vindas, mentiras e um suspense é criado, tendo em vista que o personagem principal nada diz.


Rápido e objetivo: “Menos que Nada” é um filme de suspense psicológico, abordando um tema difícil e que normalmente cai em descredito pelos exageros ou pelas atuações forçadas. O ambiente de manicômio quando retratado, pode levar uma boa ideia a uma patetada. A esquizofrenia pode parecer tão irreal que o Didi Mocó pode parecer mais sério do que uma péssima retratação de uma doença mental. Não, isso não acontece aqui. A direção é correta, com poucos deslizes e com atores desconhecidos, mas que criam uma rapidamente uma empatia com a tela. Rosanne Mulholland é a única figura já conhecida dos filmes b “A Concepção” e “Falsa Loura”. Felipe Kannenberg, que interpreta Dante, consegue ir da sanidade ao irreconhecível com uma facilidade grande. Há derrapadas, mas quem é que nunca tropeçou? 
 
Ver o mundo em 360º como vemos os personagens em alguns momentos são indícios de que temos que sempre ver todos os lados das situações. A vida mais monótona pode ter sido, em algum momento, a mais ousada de todas. 


Num mundo cheio de inverdades, as mentiras para uns tem mais dor do que as falsidades de outros. Num mundo com muita infidelidade, há esperança no amor eterno. Num mundo de dramas humanos, o suspense pode ser mais cruel do que a verdade. Num mundo de cinemas lotados de super-heróis e matadores, vemos uma atitude ousada ao lançar o filme em diversas plataformas concomitantemente. A ousadia fala alto e chama a atenção, não apenas pela ação incomum, mas também pela grande qualidade da trama e com menção especial à excelente montagem. 

“Menos que Nada” é mais que muita coisa que chega às telas, escondido, quase transparente. Dia 20/07/2012 ele foi lançado diretamente no cinema, colocado à venda em DVD, transmitido pelo Canal Brasil e pode ser visto a qualquer hora, de graça, pela internet faz dele um case de sucesso e que pode mudar um pouco nosso pensamento de como fazer os filmes nacionais de poucos recursos terem alguma repercussão, chamar a atenção de um público encabrestado.  O cinema nacional precisa de ideias novas, pensamentos diferentes, de ousadia. 

O filme está aí para ser visto a qualquer hora, qualquer momento na Internet - http://sundaytv.terra.com.br/Web/Videos/Filme/35977/Menos-Que-Nada.htm.

Vitor Stefano
Sessões Brasil

Comentários

  1. Pobre de mim, que dou tanto crédito aos filmes de manicômio. Num cinema de super-herois e matadores quem se importa com o hiperreal? Bela reflexão, Vitor. Quem se importa? é sempre uma pergunta que pode motivar ou mandar o caboclo pro buraco.

    ResponderExcluir
  2. Eu adorei esse filme! Assisti logo que lançaram dessa maneira muito bem feita, como descreveu o Vitor. É um filme gravado na minha cidade, no meu estado, me reconheço nas coisas. Embora eu não seja bairrista, isso traz um impacto emocional a mais. Um filme para se olhar pra dentro, um paralisante. Salve o cinema nacional!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas