One of Us



Nome Original: One of Us
Ano: 2017
Diretor:  Heidi Ewing e Rachel Grady
País: EUA
Elenco: Etty, Ari Hershkowitz e Luzer Twersky
Sem Prêmios.





Não vamos falar de religião. Não há motivos para entrar nesse tema espinhoso sem proteção. Mas precisamos falar sobre pessoas, sobre misoginia, sobre abuso, sobre liberdade.

Vamos falar de Ari, Luzer e Etty. Vamos falar sobre não conhecer o mundo, não saber fazer operações matemáticas, sobre nunca ter usado bermuda, sobre nunca ter tido acesso à internet, sem nunca ao menos ter lido um livro secular. Sem nunca ter tido a opção. Um abusado sexualmente. Um ator em busca do mundo. Uma mulher obrigada a casar aos 19 anos e a ter 7 filhos antes dos 32 anos. Não há aqui uma crítica à comunidade hassídica, apenas o relato de três ex judeus ortodoxos que optaram por sair dessa comunidade no Brooklyn em Nova Iorque e viram que existe um mundo fora daquela bolha. Uma bolha sanguessuga, misógina, excludente, imperativa, dura. Viver não é viver. O judaísmo hassídico nasce após um dos maiores crimes da história e acaba por cometer outros. O Holocausto é uma tragédia sem tamanho. O isolamento, a ignorância, a proteção ao abuso, o uso da mulher e a misoginia são deploráveis, o protecionismo é odioso. Numa tentativa vã de refazer um povo puro, o erro do erro acontece. Uma pena para Luzer e Etty que não mais poderão ver e ter seus filhos por perto. Uma pena pelas crianças que vão viver sem nem ao menos saber o que é o sabor da liberdade...




É um documentário que ouve o relato desses três personagens, tenta ouvir o outro lado que apenas cala, foge, se isola. É complexo ver um documentário de apenas um dos lados, mas é o que temos e é um soco. Vale a pena ver e valorizar cada inspiração de ar que damos. A liberdade não tem preço.

Vitor Stefano
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