A Parte dos Anjos

Nome Original: The Angels’ Share
Diretor: Ken Loach
Ano: 2012
País:Reino Unido, França, Bélgica e Itália.
Elenco: Paul Brannigan, John Henshaw, Gary Maitland, Jasmin Riggins, William Ruano, Roger Allam e Siobhan Reilly.
Prêmios: Prêmio do Juri no Festival de Cannes.
A Parte dos Anjos (2012) on IMDb


O nome do filme é uma lenda para os 4% de whisky que evapora do barril durante a sua maturação.

Quem, ao ver o nome de Ken Loach, espera um filme político, forte e crítico, pode tirar o cavalinho da chuva. Não que o filme fuja totalmente dessa veia que marca a cinematografia do diretor inglês, mas em “A Parte dos Anjos” vemos muito mais comédia do que qualquer outro tipo de cinema. Muitos atores dizem que fazer comédia é mais difícil do que um drama. Fazer rir é mais difícil que fazer chorar. Bom, partindo dessa premissa, Loach fez um filme ótimo, mesclando um certa crítica social a uma comédia que em alguns momentos chega ao nível pastelão. Em nenhum momento somos ignorados ou diminuídos, mas sim somos forçados a entrar numa deliciosa trip fantasiosa.



Entramos na história primeiramente vendo o julgamento de pequenos delitos e seus feitores são obrigados a pagar a pena com serviço à sociedade. Entre as sentenças está a limpeza de túmulos e pintura de prédios públicos. Robbie é o centro da trama, com sua namorada prestes a dar a luz e um ímpeto maloqueiro incontrolável. A sua transformação é o grande mote. De delinquente a paladar apurado para conhecer a composição de uísque vai uma longa e divertida jornada. Henry, o tutor dos prestadores de serviços comunitários, é a grande chave nessa mudança. Ele é um fã declarado da arte do whisky e por ser um coração mole, torna-se uma espécie de mentor para Robbie. Mas um delinquente é sempre um delinquente. Com ajuda de mais 3 amigos, Robbie vê num leilão de um raro barril encontrado uma oportunidade de lucrar um pouco para começar a sua vida.



Entre um gole e outro, somos embebidos numa comédia inteligente, vivaz e atual. É melhor eu parar e ir tomar um whisky. Mas será que este é envelhecido em barril de carvalho europeu? Tem aroma de turfa molhada ou podemos sentir uma salinidade marítima? Não importa, eu vou beber mesmo, antes que os tais anjos roubem a minha parte.

Vitor Stefano
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