Bebês Reborn Não Choram
Um viral pode apenas estigmatizar ainda mais o que já é estranho o bastante aos olhos desavisados. A cultura da arte dos bebês reborn sentiu, nos últimos tempos, o ódio da internet que achincalham e desdenham de todo e qualquer conteúdo que mostre aqueles bonecos hiperrealistas em formato de um bebê recém nascido.
Chico Barney nesse curta documental parte do princípio de conhecer um grupo de pessoas que se reúne em parques para confraternizar e se unir. O que, a princípio, parece ser apenas uma graça e reforço pejorativo dessa rejeição que se criou em torno de bonecos, torna-se uma linda e potente reflexão do que está por trás. De pessoas solitárias, isoladas, sedentas de carinho, de atenção, de utilidade. É um hobbie que faz bem. Como muitos dizem: não é terapia mas é terapêutico.
Roupas e cabelos de bonecos são sorteados, trocados, sentidos. É fácil rir ou mesmo desacreditar da sanidade daquelas pessoas, em especial mulheres. Barney com sua sensibilidade consegue abrir uma discussão interessante demais. Separando os exageros da saudável relação íntima entre essas “mães” e seus “filhos”. Fossem nerds trocando bonequinhos em caixas em perfeito estado não haveria ódio. Fossem adultos mostrando seus vinis nada seria dito. Marmanjos esbanjando suas motos estaria um silêncio. Mas é fácil julgar mães. Mulheres. Que nada fazem para quem critica. Elas só querem curtir suas maternidades perdidas. Impossibilitadas. Ceifadas. Há muito amor nesse doc. Há muito amor nesse mundo que não aceita mais isso. Relações líquidas onde quem está bem e feliz é visto como louca. Como maluca. Como doente. Odiar é mais fácil. Lindo trabalho do Chico Barney.
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