Sicário: Terra de Ninguém



Nome Original: Sicario
Ano: 2015
Diretor: Denis Villeneuve
País: EUA
Elenco: Emily Blunt, Benicio del Toro, Josh Brolin, Daniel Kaluuya e Jon Bernthal.
Prêmios: Melhor Edição no Satellite Awards.
Sicario: Terra de Ninguém (2015) on IMDb 

 

Cartéis mexicanos com guerra às drogas é um assunto que está no cinema há décadas. A inabilidade dos governos em querer o fim do tráfico, a corrupção nas polícias, a facilidade com que se transporta e armazena drogas no território americano, a caçada aos mulas ou mesmo o envolvimento de políticos com os “inimigos” já rechearam uma porção de bons filmes – tanto americanos como mexicanos.

Mas não, “Sicário” não é só mais um filme sobre esse assunto – apesar de ter muito do dito acima. O filme é sensível e duro. São muitas nuances dentro do modus operandi da(s) polícia(s), intercalando com o jogo de cena dos traficantes e as ligações obscuras entre eles. “Sicário” é um filme com planos abertos belíssimos, que nos deixam ver a ação de forma ampla numa luz linda, num cenário tão lindo quanto que potencializam um roteiro ótimo e cheio de ótimas atuações. Kate é frágil, mas corajosa. Ela quer a justiça, doa a quem doer. Ela está, mas não sabe onde. Ela está nas mãos de Alejandro e Matt que ela não conhece. Eles são mal encarados, obscuros, mas duríssimos. Blunt, Brolin e, principalmente, Del Toro estão brilhantes na tela, dando força e empatia aos personagens, por mais dúbios que eles sejam.  Há tensão, há ação, há negociação.




Denis Villeneuve é um dos diretores mais intrigantes que surgiram nos últimos anos. A partir de “Incêndios” ele criou uma tara dos cinéfilos por seus filmes que foram buscar sua filmografia datada de antes de 2010 e ficaram em polvorosa aguardando o que viria depois. Mas não apenas aos cinéfilos o canadense chamou atenção. A indústria viu nele um diretor ousado e diferente. “Os Suspeitos” veio e manteve o nível, com sua boa mão para suspense - agora com atores famosos e bom orçamento. A adaptação de Saramago - “O Homem Duplicado” - foi aclamado pela crítica, mas é um filme difícil, confuso, mas que tem muitas qualidades, já “Sicário: Terra de Ninguém” é um dos melhores do ano passado e continua a prova que Villeneuve é sempre ótimo cinema para ver.

E a vingança será sempre, sempre, pessoal.

Vitor Stefano
Sessões

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