Je L'aimais


Nome Original: Je l'aimais
Diretor: Zabou Breitman
Ano: 2009
País: França, Itália e Bélgica
Elenco: Daniel Auteuil, Marie-Josée Croze e Florence Loiret Caille
Sem Prêmios.

Je l'aimais (2009) on IMDb

*Não costumo fazer isso, mas como é um filme muito difícil, optei por colocar o filme completo no blog. Sim, ele só deve ser visto se você conhecer bem a língua francesa, pois não há desse filme disponível com legendas.


Uma relação pode ficar cada vez mais complexa a medida que o tempo passa. O casamento, a paixão, o amor, a honestidade, a vida. Tudo isso pode estar junto no mesmo balaio ou pode estar em extremos totalmente diferentes. Compreender o que cada um entende desse megaevento chamado amor é absolutamente impossível. O cinema já o apresentou das mais diversas formas e ainda mostrará com outras 500 tipos de percepção. Um tema inesgotável. Seja pela conquista, pelo tesão, pela perda ou pela inexistência, não há um filme sequer onde o amor não exista – seja lá o que isso for.

Quando que veremos um senhor e sua nora juntos em um chalé devaneando sobre esse tema universal? Bom, ainda não haviam pontuado um filme com esse roteiro. “Je l’aimais” mostra a noite perfeita de dois seres humanos em profunda abstração do mundo real, confabulando sobre coisas que até Dom Juan desconfiaria. Estamos diante do desnudamento de uma alma, o escalpelamento de um homem que revela seus segredos mais profundo, mais tacanho, mais obscuro. O relacionamento fora do casamento, as viagens de meses à Ásia, a paixão tomando proporções cavalares. A cortina caiu para Pierre, assumiu sua paixão e amor eterno por Mathilde. As viagens à longínqua Hong Kong onde conhece a linda interprete Mathilde ou as idas dela à França para passarem poucas horas juntos só poderia gerar uma bela história de amor - à primeira vista, de amor eterno, de parceria a longo prazo. O prazo foi longo, mas o fim não foi belo.


Mathilde cansou de esperar. A vida segue. Pierre acovardou-se e preferiu voltar à modorrenta, burguesa e indigesta vida de um casal com filhos que nem existe mais.
Chloé ouve tudo com muito cuidado, com muita atenção. Um amanhecer que mudou a vida dos dois. Cumplices, a história pode ser linda, ser inesquecível, mas pode ser marcada pela falta de coragem, de ousadia. Abandonar tudo pode ser construir uma nova vida, uma vida nova para quem não consegue se livrar das raizes do romantismo piegas que vemos nas novelas. Daniel Auteuil e Marie-Josée Croze estão deslumbrantes, embalados ao som de uma linda trilha-sonora e envolvidos por um roteiro muito bem costurado. Ele, junto a Mathieu Amalric, são os melhores atores franceses da atualidade. O casal passa uma sensação verdadeira de muita paixão sem muita coragem. Uma maravilha, além de uma fotografia, movimentos de câmera deslumbrantes e por vezes, surpreendente. Um grande filme para se procurar e ver com muita atenção, muito surpreendente. Sem criticar apenas o que não tem coragem, mas entender que há sempre o outro lado da moeda, mesmo que esteja errado. Não arriscar é errar? Quem sou eu para julgar.


Vitor Stefano
Sessões

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