Sessões Dupla - Uma Verdade Inconveniente e A Era da Estupidez

Nome original: An Inconvenient Truth Uma Verdade Inconveniente (2006) on IMDb / The Age of Stupid The Age of Stupid (2009) on IMDb
Diretor: Davis Guggenheim / Franny Armstrong
Ano: 2006 / 2009
País: EUA / Reino Unido
Elenco: Al Gore / Pete Postlethwaite
Prêmio: Oscar de Melhor Documentário e de Melhor Canção (“I Need To Wake Up" - Melissa Etheridge) / Sem prêmios.



E aí, ainda é tempo de salvar o mundo? Não sei...

Para Al Gore ainda há. Mas temos que correr... Como eu disse no meu comentário sobre o belo documentário Nós que aqui estamos por vós esperamos de Marcelo Masagão, “Se o Século XXI for igual ao XX, não existirá XXII”. Mas acho que a frase agora com esse filme fica melhor assim: Se os homens do século XXI forem iguais aos do XX, não existirá vida nem planeta em XXII. Será uma Era de Estupidez.

Gore, derrotado por GWB em eleição fraudada, já faz esse alerta sobre o Aquecimento Global desde os anos 70 e mostra nesse filme com dados, estatísticas e gráficos como esse mal vem nos afetando e continuará, se nada for feito. Sua voz voltada para as conseqüências que esse ‘Monstro’ vem causando no planeta e propondo alternativas para matá-lo.

O ser humano é o único responsável pela construção e destruição do meio ambiente que vive. Aonde ainda existe preconceito, maus tratos de idosos, crianças e animais, se corta uma árvore para fazer papel num mundo informatizado, criam-se bombas em profusão. Um mundo que ainda existem guerras sem motivos e financiadas pela ganância capitalista e ignorância intelectual, por um poder inexistente. Percebem o motivo do pessimismo?

E de que adiantará o poder, diante de um planeta sujo e inabitado ou inabitável?

Mude alguns hábitos. Evite de jogar lixo nas ruas (você fumante, utilize o cinzeiro - sua bituca demora 2 anos para degradar), use mais transporte público, desligue os aparelhos eletrônicos enquanto não estiverem sendo utilizados, proteste contra os países que não corroboram com o Protocolo de Kioto, troque lâmpadas convencionais por econômicas, use água com consciência, cobre os governantes para que colaborem com o seu e com o futuro do mundo - mas não deixe de fazer sua parte. Se cada um o fizer, tudo seria muito mais simples.

Se não mudarmos pequenos detalhes o Caos reinará e podemos ver isso atráves do trailer de um novo filme que está em sua semana de estréria: A Era da Estupidez. Antes que seja tarde demais, tente fazer um pouco pelo mundo. "Why didn't we stop climate change when we still had the chance?".




E será que chegamos lá para lamentar ou já é tarde demais? Acho que já é tarde, mas não custa tentar. Se é que você acredita nisso tudo.

Vitor Stefano
Sessões

O tema foi muito bem escolhido porque dá ensejo a se tratar de coisas sérias e atuais usando o cinema. Deixarei, desta vez, o cinema de lado para discutir o mundo que vivemos. Acho que a causa é nobre o suficiente para isso.

Eu acho que todo tipo de ação humana leva dentro de si,um germe de potencialidades,do qual pode sair coisas boas ou más.

Não creio que tenhamos que botar a culpa inteira na Revolução Industrial porque o processo desencadeado na Inglaterra do XIX, por decantação, bem ou mal, legou o que temos hoje.

O fato que tem que ser discutido é que,em se tratando de um sistema econômico capitalista, isto é, que busca o lucro ou em termos mais marxistas o retorno sobre o capital investido, a saída para o problema deve também contar com um processo de compensação em forma de moeda.

Não dá para lutar contra um sistema que se valeu, até os dias de hoje, da destruição da natureza em nome da competitividade econômica. E quando eu digo destruição da natureza eu quero dizer exatamente isso. Não há mais que relativizar porque o que existe na realidade são discursos e falatórios.

Não há inocentes nesta história. Não creio que haja solução para o médio prazo. O protocolo de Kyoto é uma vergonha, parece mais um conluio diplomático para servir de matéria para a imprensa e para a opinião pública internacional.

Enquanto tivermos um modelo econômico sustentado por petróleo não haverá mudanças. E nenhum Estado do mundo vai buscar transformar toda a sua base econômica em direção a um processo produtivo mais limpo e ambientalmente menos impactante enquanto a conformação do comércio internacional punir justamente aqueles que têm os preços de seus produtos encarecidos pelo custo de se produzir de forma mais limpa.

Olhemos para a China, que país vai querer deixar de vender para um mercado de um bilhão de pessoas? E imagine o que acontece se eles pararem de importar ou diminuírem o seu crescimento.

O argumento dos países ricos de que daqui para frente todos terão que transformar suas economias em processos produtivos mais limpos também não se sustenta porque por trás das trocas comercias existe relações sociais. A Inglaterra ou a França podem se dar o luxo de falar que os países em desenvolvimento terão de reduzir seu crescimento econômico desacelerando suas economias porque eles já poluíram o que podiam e agora chutam a escada. Durante séculos informatizaram suas industrias e agora se levantam e dizem moral e hipocritamente que chega, temos que nos preocupar com o ambiente.

Os agentes econômicos mais importantes das sociedades atuais também pouco fazem pela causa ambiental. Quando digo agentes econômicos me refiro às empresas multinacionais ou não, grandes ou não. O Instituto Ethos lançou uma pesquisa em que contabilzaram os gastos das maiores empresas sediadas no Brasil com o ambiente e chegou ao resultado de que juntando todas a porcentagem não chagava a 1% dos lucros destes conglomerados. Um porcento!!! É melhor que se escreva por extenso isso de modo a dirimir qualquer possibilidade de dúvida... Vaí que um neoliberal lê esse texto.

Então não há mais espaço, também, para retórica vazia de empresas que têm lá em seus sites a parte dedicada ao desenvolvimento sustentável o qual custa menos de 1 porcento de seus lucros.

O que fazer, então, quando não há mais nada a se fazer?

Penso, particularmente,que a mudança terá que se dar no modelo soció-econômico. Teremos que mudar o modelo, porque a assimetria vem dele e em contextos assimétricos cada um faz o que pode para sobreviver.

O que me preocupa de verdade é que o capitalismo acaba se moldando aos problemas e os envolve e os transforma em negócios.A crise é uma das característica deste sistema e ele geralmente se adapta às crises mas não temos que nos preocupar mais com isso.Mas, antes, temos que nos preocupar a que preço? Isto é, a que ponto teremos que chegar para parar de destruir?

Quando as circunstâncias são assaz difíceis,as possibilidades de decisões estão distantes das pessoas comuns,então,são elas que precisam mudar e reclamar.

Pois bem, mudei e reclamei.

Fernando Moreira dos Santos.
Sessões.

Comentários

  1. Acho que ninguém dá bola pra essa de salvar o mundo.Ou acredita ser uma conspiração alienigena ou americana...

    Em tempos que Obama é Nobel da Paz, deixando as tropas no Afeganistão e no Iraque matando inocentes, eu já não sei mais o que é a paz ou guerra. Talvez o Ahmadinejad mereça vender no ano que vem tendo como homenageado de honra o Bush (opositor de Al Gore e vencedor em todas as disputas).

    Vitor Stefano
    Sessões

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