Psicopata Americano
A insanidade sarcástica sobre um macho frágil.
Eu sempre rejeitei a ideia de ver esse filme por conta do seu título me remeter a uma ideia quase tarantinesca de assassinatos. Mas agora, ao final, posso dizer que o filme de Mary Harron é uma das comédias mais divertidas que já vi. Comédia, Vitor? Sim! O que acompanhando é a insana competição de Patrick Bateman contra todos outros CEOs de Wall Street pra saber quem tem o cartão mais bonito.
Claro, o filme não é sobre cartões. Patrick é uma mente insana e incontrolável de poder. Um homem viril, belo, másculo, refinado, elegante que quer sempre estar no centro do palco. Que seu falo seja o único falo existente. Uma virilidade frágil que se expõe nas hilárias mortes que comete em série. Um psicopata social que trabalha fazendo palavras cruzadas e divagando sobre roupa com os pares. Que ao transar explana a história das bandas e músicas com uma sensibilidade enrustida fora de casa.
É muito desse sarcasmo se coloca em como a sociedade vê esses homens de negócios, esses gran finos, essa elite ridícula que comanda tudo. Grandes homens, branco, que dão palestrinha pra mendigos, subjugam mulheres e competem por tudo. Carro, mulheres, cartões, reservas em restaurantes. Tudo. Tudo é sobre o tamanho de seus paus.
Bale apresenta um personagem marcante e sanguinário, dual e complexo em uma atuação brilhante em sua maldade e no seu ridículo. É divertido, sagaz na crítica social, na força das imagens, na beleza de seu protagonista, na caricatura de todos que estão em tela. Da boçalidade da elite. Do quão hipócrita é ser humano.
É uma grande e belíssima comédia.
Vitor Stefano
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