A Filha do Palhaço

 


A paternidade em cheque. 

Um pai que recebe sua filha depois de muito tempo. Um pai que se ausentou e a abandonou recebe essa visita inesperada - e necessária. Um palhaço de bares que busca animar os poucos que ali estão para se sustentar de sua arte. Do sorriso. Do sorriso dos outros já que há uma clara melancolia em Renato. 

A construção da ambientação das apresentações emociona. Emociona pelo brilho, maquiagem, gliter, batom e paetês encobrindo esse homem que perdido está. Perdeu o prumo da vida e que tem em Joana a conexão que faça os pés voltarem a sentir o chão. 

De emoção sofremos com a vida vivida. Com um realismo contrastando essa figura burlesca que abrilhanta os palcos. Que é rejeitado. Que é vaiado. Que é um homem sem conseguir ser alguém. Seu passado lhe persegue. Seus desejos estão enlutados. Seu futuro é uma incógnita. Que bom que Joana apareceu. Que bonito é ver a ausência de julgamento pra alguém como esse maravilhoso Renato.

Que bonito filme. Tocante. 

Vitor Stefano

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