Um Cão Andaluz

 


O absurdo. O caos. A insanidade. O sonho. 

Um Cão Andaluz é tudo e nada. Os puristas durão ser a representação máxima do cinema na forma. Incompreensível e desconexo dirão os que buscam significado em tudo. 

Buñuel e Dali conseguiram exportar da mente surrealista e sonhadora para as telas de cinema tudo que borbulhava em suas cabeças. Seja o corte do olho, a mão de formiga, um piano sendo puxado ou apalpando uma mulher, o curta metragem monta uma sequência sem sentido de sonhos. Mas sonhos precisam de significado? 

Há quem procure a vida toda. Viva disso. Eu prefiro ser sugado pela tela e sentir a experiência. Talvez uma das primeiras vezes que o cinema foi (e é até hoje) inesquecível. E mesmo que não tenha uma linha narrativa, um roteiro óbvio ou uma história com começo meio e fim: é cinema com C maiúsculo. A arte do audiovisual. As imagens falam mais que qualquer busca por sentido.

Surreal. Sensorial. Incrível.

São tempos difíceis para os sonhadores, diz Amélie. Talvez ela não conhecesse Buñuel e sua genialidade de se permitir sentir além do tocar.

Por Vitor Stefano 

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