O Anjo Exterminador

O confinamento e suas consequências. Um zoológico humano. Um Big Brother maquiavélico. Uma viagem lisérgica. 

Buñuel atinge aqui um patamar incrível. Ao colocar uma porrada de ricaços todos presos numa mansão na qual deixam de ser servidos em certo momento e passam a ter que conviver com seus próprios problemas e decisões. E ações.

A burguesia está em caos. Ao não conseguirem sair da casa se tornam animais em sua concepção mais naturalista. E quem olha de fora espera o pior. Quer o pior. Desejar o fim desses seres desprezíveis também é natural...

Mas o surrealismo imposto por Buñuel em toda a fita viaja em diversos patamares. Além da clara crítica à burguesia temos um estudo antropológico sobre o confinamento não apenas nas aparências, mas também a religião. Buñuel consegue fazer de um filme confuso uma apreciação sobre o habitat humano. Um olhar a frente do tempo. Uma obra prima. Do cinema, do surrealismo, da antropologia. O limite é o que queremos ter. Nem que seja a parede da sua mansão. Nem que seja com ursos ou cordeiros roubando meu espaço. Ou seria eu um lobo? 

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