Concorrência Oficial

A egolatria do sucesso e da competência move pedras gigantescas. Move o medo. Move legiões de fãs em busca de inspiração pra seguir com suas vidas medíocres. Ídolos do cinema podem ser vistos como deuses. Mas a verdade é que são pessoas erráticas como todos são. Cancelem todos pôsteres, tatuagens, queimem os dvds. Quem realmente é bom diante das câmeras? Qual o melhor método de atuação? Qual base é necessária para isso? 

Tudo isso é colocado em Competição Oficial. Mas não exatamente do jeito que pode parecer. A comédia de deboche está posta desde os primeiros segundos de filme. Um milionário quer mudar sua percepção popular e decide fazer um filme. O melhor. Chama a diretora Lola e os maiores astros do país: Félix e Ivan. Félix é o cara do blockbuster. Ivan, o professor catedrático. E a partir dessa dualidade abissal temos Lola, uma diretora cheia de atitude e inventividade na forma de provocar os personagens (e os atores).

Um filme com a cara dos Coen. É uma dessas críticas ao mainstream que ficam reverberando e divertindo. É uma broma completa, desde os trajes, os trejeitos, os exageros, os diálogos envolventes e expositivos. Gastón Duprat e Mariano Cohn já tinham feito filmes excelentes que mostravam bem o humor da dupla, como em Minha Obra Prima, O Homem ao Lado e O Cidadão Ilustre. Mas aqui eles ultrapassaram fazendo uma grande e cômica guerra de egos em três grandes atuações: Penélope, Banderas e Martinez. Um filme leve, despojado e cômico em sua essencia. De rir de si próprio. Um filme deboche.

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