Tetro


Nome Original: Tetro
Ano: 2009
Diretor: Francis Ford Coppola
País: EUA, Argentina, Espanha e Itália
Elenco: Vincent Gallo, Alden Ehrenreich e Maribel Verdú.
Sem Prêmios.
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O bairro de La Boca, Buenos Aires, Argentina. Bucólico como só ele sabe ser, abriga Tetro, um ser obscuro, sinistro, casado com Miranda, uma esposa dedicada e carinhosa. Eles são surpreendidos com a visita de Bennie, irmão mais novo de Tetro vindo dos Estados Unidos, vindo de um cruzeiro recém-atracado na cidade portenha. Bennie veio atrás do irmão mais velho que depois de uma conturbada vida com o pai, o famoso maestro Carlo Tetrocini, resolveu tirar um ano sabático para escrever seu romance. Em punho uma carta onde prometia voltar para ajudar o irmão, mas isso nunca aconteceu. Prestes a completar 18 anos, ele trás lembranças que Ângelo ‘Tetro’ não queria retomar. Coisas que nem Miranda sabia. Coisas que Bennie jamais esperaria.

A construção em cima de um relacionamento familiar deixa “Tetro” próximo à realidade de todos. Todos têm problemas familiares, desavenças, inveja e outras intercorrências da vida em família. Tudo entre Bennie e Tetro é forte, intenso, desde o reencontro, as desavenças, as animosidades, as verdades e mentiras. Eles são irmãos. Eles são. Vincent Gallo e Alden Ehrenreich estão ótimos, intensos e com muita interação. Maribel Verdú está linda e é ótimo contraponto aos protagonistas. Tudo visto por um incrível branco e preto, mesclado com cenas do passado em cores. Deu um charme enorme para Boca e a deixou mais bucólica, mais obscura. Por delírios e memórias apagadas, vemos que os segredos mais obscuros e escondidos revelam verdades doloridas. Família só muda de endereço. Loucos só mudam de intensidade. Mentiras sempre serão mentiras.

Quando se fala de um filme dirigido por Francis Ford Coppola as primeiras lembranças são os gigantescos "O Poderoso Chefão" (trilogia) e "Apocalipse Now". Por trás desses megassucessos e grandes produções há um coração. Há sentimentos. Coppola mostra que é mais do que um genial diretor de filmes grandiloquentes. Ele é capaz de nos agraciar com um melodrama. Ele não tem que provar mais nada pra ninguém e ainda bem que ele continua na ativa. Um grande filme com frases memoráveis e uma clara provocação aos críticos e mainstream. Ele não precisa mesmo de mais nada. Que venham outros "Tetro" por aí.

Vitor Stefano
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