Clube de Compras Dallas
Nome Original: Dallas Buyers Club
Ano: 2013
Diretor: Jean-Marc Vallée.
País: EUA.
Elenco: Matthew McConaughey, Jennifer Garner e Jared Leto.
Prêmios: Oscar, Globo de Ouro, Screen Actors Guild Awards de Melhor Ator (Matthew) e Melhor Ator Coadjuvante (Leto), Sebastiane Award no Festival de San Sebastian.
Anos 80. Década perdida. Pra quem? Pra criatividade dos
roteiristas e diretores de cinema não. Jean-Marc Vallée fez dois filmes
belíssimos, com temas parecidos sobre problemas próximos mas com abordagens
diferentes. O primeiro foi “C.R.A.Z.Y.” de 2005 que já comentamos aqui. Um
sucesso de público e crítica na abordagem da família Beaulieu, seus
preconceitos, drogas, homossexualidade. Vallée agora em 2013 vem com seu maior
trunfo. “Clube de Compras Dallas” é uma pequena obra de arte. Motivos não
faltam: Atores, Direção, Roteiro e Montagem estão em perfeita harmonia e em
alto padrão. É a coroação de Matthew McConaughey.
1985. Ron Woodroof, texano, eletricista, homofóbico,
beberrão e peão. Um macho alfa. Aos 10 minutos de filme ele é condenado a 30
dias de vida por estar com a saúde bem debilitada em decorrência do diagnóstico
do vírus HIV. Como poderia? Homem, heterossexual. Não poderia. Época dos
primeiros estudos de medicamentos para a estabilização da AIDS, com testes
direto em humanos por conta do medo de surto ou contaminação global. Ron quer o
medicamento. Ron não quer morrer. Ron suborna o faxineiro do hospital. Ron toma
como se fosse à salvação. Aos 30 minutos, após queda da imunidade de forma
absurda é hospitalizado e conhece Rayon, um travesti também com AIDS, que
conhece um médico mexicano com um coquetel de medicamentos não aprovado pela
legislação americana. Entre disfarces, contrabando e muita vontade de viver,
Ron supera a condenação, desafia os governantes, as empresas farmacêuticas e
revoluciona. Seus 30 dias duraram muito mais. Um grande homem.
Não há como ver “Clube...” e não falar do senhor
McConaughey. Ele é um astro que superou a barreira do grandalhão amado pelas
mulheres pelo seu físico, atuando em filmes fáceis como em “Como Perder um
Homem em 10 Dias”, “Sahara”, “EdTV” e “Somos Marshall”, porém me chamou atenção
em “Magic Mike”, que apesar de aparecer 80% do filme sem camisa, havia ali um
bom ator. Seu Ron Woodroof entrará para a história. Uma transformação tão
absurda quanto à de Cristian Bale de “O Maquinista”. Tanto Matthew quanto Jared
estão magérrimos, dando a impressão de que a doença realmente está em seus
corpos. Ambos merecem todos os louros possíveis. E que a cada quebra de tempo
uma imagem sempre fique congelada, como um flash de memória que não deve ser
esquecido. Vallée conseguiu novamente surpreender com uma história cheia de
nuances tristes, mas com humor apurado, olhar sem preconceito e cheio de belezas.
E sem ser repetitivo. Um grande filme.
Vitor Stefano
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