O Garoto Selvagem
Nome Original:L'enfant sauvage
Diretor: François Truffaut
Ano: 1970
País: França
Elenco: François Truffaut e Jean-Pierre Cargol
Uma nota inicial nos dá a data (1797) e o lugar (Floresta de Aveyron), em que se passa a história de uma criança que vivera sem contato com a sociedade por aproximadamente 12 anos. O garoto após ser capturado por camponeses é levado para Paris e é tido como objeto de curiosidade por toda sociedade. Um jovem médico do Instituto Nacional de Surdos e Mudos de Paris Dr.Itard (François Truffaut) consegue a guarda do menino e o leva para sua casa com a missão de educá-lo.

Ao mesmo tempo em que exerce, até certo ponto uma pressão
sobre o menino, busca com isso provar a potencialidade de um selvagem “ascender”
a sociedade tornando-se um ser social. Da mesma forma, o garoto selvagem - chamado
de Victor por ter mais facilidade em escutar o som da vogal “o” –
simultaneamente atende aos métodos do Dr.Itard (jogos de letras, desenhos,
recompensa e castigo e etc) e termina
sempre encarando a natureza pela janela do
quarto.
Diretor: François Truffaut
Ano: 1970
País: França
Elenco: François Truffaut e Jean-Pierre Cargol
Assisti por recomendação de um colega filósofo que vive a
base de Rousseau e ao chegar ao fim me vejo mais uma vez encantado com o cinema
de Truffaut. Os poucos filmes que assisti de sua vasta biografia sempre
retornam a minha mente como boas referências de cinema. Assim será com L’enfant Sauvage.
Uma nota inicial nos dá a data (1797) e o lugar (Floresta de Aveyron), em que se passa a história de uma criança que vivera sem contato com a sociedade por aproximadamente 12 anos. O garoto após ser capturado por camponeses é levado para Paris e é tido como objeto de curiosidade por toda sociedade. Um jovem médico do Instituto Nacional de Surdos e Mudos de Paris Dr.Itard (François Truffaut) consegue a guarda do menino e o leva para sua casa com a missão de educá-lo.
Obviamente, um filme de tom documental, elaborado quase como um estudo
antropológico suscitará debates
interessantes sobre o papel da educação na sociedade moderna. Apesar disso, o
que mais me fascinou foi a abnegação e o esforço do Dr.Itard brilhantemente
interpretado pelo próprio Truffaut. Esse
médico que discordava do diagnóstico que o garoto era um caso de idiotia
clássico devendo por isso ser internado em um hospício, em suas anotações consegue aliar o rigor
formal da ciência em busca de uma solução para um problema com a honestidade de
um homem que se preocupa e acredita na capacidade de seu “objeto” de
estudo. Paciente, corajoso, esforçado e atento Dr.Itard se sente recompensado
por qualquer sinal de progresso em que pese seu desespero nos momentos de
fracasso.

É como se de um lado houvesse uma força lutando contra a ignorância,
a barbárie, o selvagem e a incomunicabili-dade
e de outro, uma força que compele à liberdade natural, que tende a se insubordinar
à imposição social incutida em toda forma de educação que nos quer
ordeira, disciplinada e direita. Essa relação contraditória percorre o filme quando Victor só faz o que o médico lhe pede para passear na
floresta, por exemplo.
Filme interessante algo intelectualóide, mas que vale a pena. Sobretudo se relacionado
com outros títulos que trabalham a mesma temática como "O Enigma de KasparHauser" de Werner Herzog entre outros.
Fernando Moreira dos Santos
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