Camile Claudel 1915
Nome original: Camile Claudel, 1915
Diretor: Bruno Dummont
Ano: 2013
Elenco: Juliette Binoche, Jean - Luc Vicent
"O cinema é um modo divino de contar a vida." Frederico Fellini
De outros mananciais descobrimos que Camile Claudel fora em toda a sua vida, uma figura de personalidade, uma filha em busca de seu sonho, uma mulher infeliz no amor e, certamente, um talento desperdiçado.
Mas, o filme de Bruno Dummont, traz ao público a parte que ela viveu em um manicômio cercada de doentes mentais sem espaço para produzir algo, sem amigos, sem relações sociais que não com seu médico psiquiatra. A única coisa que ela chega a esculpir durante o filme é uma bola de barro que ela apalma nervosamente sem concluir nada.

No que concerne as atuações podemos dizer que Juliette Binoche consegue "desenterrar" Camile Claudel e lhe dar vida novamente. Em uma das cenas mais estranhas do filme, estranhamento proposital claramente, há um monólogo de Camile em que a tomada em contra-campo só se dá no fim do monólogo depois de longos e incômodos minutos.


Os doentes mentais do filme não são atores. A escolha se deu pela impossibilidade do diretor encontrar alguém para representar os doentes de forma adequada, "as freiras" são enfermeiras na vida real e acompanham e tratam dos pacientes daquela clínica.
Tudo isso fez de Camile Claudel uma mulher sufocada entre o peso de uma sociedade burguesa na qual o papel da mulher consistia em estudar desenho e tocar piano, um amante que a levou em banho maria e um irmão cujo fim era ajudar-lhe pretensiosamente para se expiar das próprias culpas de bom cristão. Provocante, brutal, desestabilizador e duro eis o universo pra o qual Bruno Dummont nos convida a olhar e tirarmos nossas conclusões sobre o mundo, as pessoas e porque não, nós mesmos?
Equipe Sessões
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