Mãe Só Há Uma
Nome Original: Mãe Só Há Uma
Ano: 2016
Diretora: Anna Muylaert
País: Brasil
Elenco: Naomi Nero, Daniela Nefussi, Matheus Nachtergaele, Luciana Paes e Marat Descartes.
Prêmio: Teddy Bear no Festival Internacional de Berlim.

O amor é algo que nasce, cresce e precisa ser adubado. Quando uma situação limite acontece a força interna ganha força e você precisa se impor. Felipe/Pierre se impõe com sua nova família. Porta fechada, roupas extravagantes, escolhas de passeios inusitados para a família tradicional. No afã do amor, a nova família transforma Felipe numa uma espécie de circo e o leão surge e ruge. O irmão (biológico) mais novo é o verdadeiro contraponto, cheio de sí, cheio de confiança e arrogante. Parece um mini adulto. Felipe ainda não. Não temos uma família, não temos diálogo. Não conseguimos ver, incomoda. Uma relação que não fala, apenas sente.
Um filme potente, impactante e diante de um dilema tão complexo não cai na pieguice natural. Nem o fato de ser inspirado em fatos reais o deixa cair nessa armadilha. A escolha de esconder a mãe raptadora logo no início é acertada para que o foco seja mesmo em Felipe/Pierre. Já há muito conflito num único personagem. Anna que tem uma carreira constante, competente e atingiu o "estrelato" com "Que Horas Ela Volta?". “Mãe Só Há Uma” é seu menor (também em duração) e melhor filme. As incompletas sensações, os hiatos, os silêncios são tudo, são imperfeitos perfeitos. Pierre/Felipe é a imperfeição. É tudo que queriam. É nada. É uma linda atuação do estreante Naomi Nero. É um dos melhores filmes nacionais do ano ao lado de "Boi Neon" de Gabriel Mascaro e "Aquarius" de Kleber Mendonça Filho. É um ano fabuloso do cinema nacional. Anna, muito obrigado (de novo)!
Nota: 8
Vitor Stefano
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