Feios, Sujos e Selvagens
Nome Original: Brutti,Sporchi e Cattivi
Ano: 1976
Diretor: Ettore Scola
País: Itália
Elenco: Nino Manfretti e Maria Bosco
Prêmio: Melhor Prêmio de Direção Festival de Cannes 1976.
A vasta maioria do cinema mundial se caracteriza por levar às telas personagens bonitos, limpos e civilizados. Felizmente não é só de elegância e beleza que vive a sétima arte. Em feios, sujos e malvados nos vemos exatamente isso. Filme de Ettore Scola lançado em 1976 narra a história de uma família que mora em uma favela de Roma. O Patriarca da casa chama-se Giacinto Mazzatelli ( interpretado magistralmente por Nino Manfreti), ex operário, Giacinto ficou cego de um olho e recebeu um seguro em espécie que protege de todos os seus parentes – mais de 10 -com avareza, desconfiança e uma espingarda.
O elemento que serve de guia para dinamizar o enredo é a relação conflituosa dessa família extremamente pobre. Nesse aspecto, outros aspectos são tratados como a questão da violência doméstica, o machismo, a banalização da vida e a idéia do individualismo. Embora fosse uma família o único momento em que há uma “confraternização” digna desse nome é o almoço com Giacinto em que todos se reúnem para uma macarronada em que pese a do velho estivesse temperada com veneno de rato. Cenas que traduzem em cinema a brutalização do homem pelo homem, e a violência indistinta entre os membros da família.
O filme convida também a uma reflexão por analogia. Ele ensina que seja na Itália da década de 70, seja nas favelas do Brasil do século XXI, essa realidade persiste intocada. E a resposta da sociedade também se mantém a mesma, isto é, repressão, estigmatização social e descaso político.
Existem, a meu ver, duas personagens que se destacam: Giacinto e Nona( a vó da família) – Giacinto se destaca pela interpretação de Nino Manfretti que enche de vida essa personagem deplorável e a Nona pelo fato de ser uma velha interpretada por um homem cujo maior amor é a televisão. Há também uma cena hilária que é quando os membros da família a levam de cadeira de roda para receber a aposentadoria.Uma confusão se forma em torna da senhora enquanto o dinheiro é dividido entre os parentes...
Ainda há a cena em que Giacinto depois do almoço sabendo estar envenenado saí com sua bicicleta dirigindo todo moribundo. Para na beira de um rio e começa a vomitar a macarronada e com a bomba do pneu da bike lança água pra dentro da boca pra expelir o veneno mortal que começa a jorrar amarelo e pastoso é uma cena memorável...
Enfim, para não me alongar muito porque o clássico é clássico. Feios, Sujos e Malvados vale muito a pena. A sensação final é de querer vomitar uma macarronada envenenada!!!
Fernando Moreira dos Santos
Sessões
Ano: 1976
Diretor: Ettore Scola
País: Itália
Elenco: Nino Manfretti e Maria Bosco
Prêmio: Melhor Prêmio de Direção Festival de Cannes 1976.
A vasta maioria do cinema mundial se caracteriza por levar às telas personagens bonitos, limpos e civilizados. Felizmente não é só de elegância e beleza que vive a sétima arte. Em feios, sujos e malvados nos vemos exatamente isso. Filme de Ettore Scola lançado em 1976 narra a história de uma família que mora em uma favela de Roma. O Patriarca da casa chama-se Giacinto Mazzatelli ( interpretado magistralmente por Nino Manfreti), ex operário, Giacinto ficou cego de um olho e recebeu um seguro em espécie que protege de todos os seus parentes – mais de 10 -com avareza, desconfiança e uma espingarda.
O elemento que serve de guia para dinamizar o enredo é a relação conflituosa dessa família extremamente pobre. Nesse aspecto, outros aspectos são tratados como a questão da violência doméstica, o machismo, a banalização da vida e a idéia do individualismo. Embora fosse uma família o único momento em que há uma “confraternização” digna desse nome é o almoço com Giacinto em que todos se reúnem para uma macarronada em que pese a do velho estivesse temperada com veneno de rato. Cenas que traduzem em cinema a brutalização do homem pelo homem, e a violência indistinta entre os membros da família.
O filme convida também a uma reflexão por analogia. Ele ensina que seja na Itália da década de 70, seja nas favelas do Brasil do século XXI, essa realidade persiste intocada. E a resposta da sociedade também se mantém a mesma, isto é, repressão, estigmatização social e descaso político.
Existem, a meu ver, duas personagens que se destacam: Giacinto e Nona( a vó da família) – Giacinto se destaca pela interpretação de Nino Manfretti que enche de vida essa personagem deplorável e a Nona pelo fato de ser uma velha interpretada por um homem cujo maior amor é a televisão. Há também uma cena hilária que é quando os membros da família a levam de cadeira de roda para receber a aposentadoria.Uma confusão se forma em torna da senhora enquanto o dinheiro é dividido entre os parentes...
Ainda há a cena em que Giacinto depois do almoço sabendo estar envenenado saí com sua bicicleta dirigindo todo moribundo. Para na beira de um rio e começa a vomitar a macarronada e com a bomba do pneu da bike lança água pra dentro da boca pra expelir o veneno mortal que começa a jorrar amarelo e pastoso é uma cena memorável...
Enfim, para não me alongar muito porque o clássico é clássico. Feios, Sujos e Malvados vale muito a pena. A sensação final é de querer vomitar uma macarronada envenenada!!!
Fernando Moreira dos Santos
Sessões
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